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Estado de Minas

China cultiva seus futuros campeões desde a escola


postado em 14/06/2019 08:55

Com a cabeça molhada de suor, uma turma de pequenos Lionel Messi treina em uma escola do ensino fundamental em Xangai, cercada por grandes arranha-céus.

Inconscientemente, os meninos representam a esperança do presidente Xi Jinping de transformar a China em uma grande nação do futebol até 2050.

Com uma única participação em uma Copa do Mundo e um 74º lugar no ranking da Fifa, o gigante asiático está longe de ser uma potência nesta disciplina.

Para mudar as coisas, Pequim investiu maciçamente nos últimos anos no futebol escolar e amador. E, para cultivar os campeões do amanhã, o regime comunista anunciou em março um programa piloto de centros escolares especializados em futebol para dezenas de milhares de jovens.

No centro educacional de Kangcheng, 23 jogadores com seis e sete anos, entre os melhores de sua idade, encontram-se duas vezes por semana em torno de uma bola.

Em outros estabelecimentos da cidade, crianças jogam futebol desde os três anos de idade, diz o presidente da Federação de Futebol de Xangai, Zhu Guanghu, que faz da bola uma prioridade para as crianças, incluindo as meninas.

"Crianças de três anos que sabem andar e sabem como conduzir a bola podem jogar futebol", diz ele, enquanto um treinador apita o início de um exercício.

"É muito importante que eles adquiram as bases desde a mais tenra idade", explica.

- Falta de jogadores de qualidade -

Vestidas com camisas amarelas, as crianças brincam a maior parte do tempo sozinhas com uma bola.

No programa, não há passes, entradas, ou chutes, mas exercícios de controle da bola, com os dois pés e dribles.

No final do treino, os futuros campeões alternam os movimentos de pé esquerdo e direito, acima da bola, mas sem tocá-la, um gesto efetuado a grande velocidade por Messi para deixar para trás seus rivais.

O pai do pequeno Wang Zhilin, de sete anos, não joga futebol, mas coloca todas as suas esperanças em seu filho.

"Ele quer que eu jogue no Shanghai SIPG", o clube campeão da Superliga Chinesa, afirma o pequeno, com a testa cheia de suor.

Em alguns anos, Wang Zhilin talvez leve a Copa do Mundo para a China. Mas a estrada ainda é longa.

O país asiático participou apenas uma vez na Copa do Mundo, em 2002, e perdeu todos os seus jogos, sem conseguir marcar um gol.

Apesar de seus 1,4 bilhão de habitantes, a China carece cruelmente de jogadores de qualidade. E aposta em um técnico estrangeiro para deixar as sombras: Marcello Lippi, vencedor da Copa do Mundo de 2006 com a Itália, que assumiu em maio o comando da seleção chinesa.

Para encontrar jogadores, um projeto piloto para ensinar futebol em centros pré-escolares "em cada província" do país foi anunciado no início do ano pelo Ministério da Educação.

Em Kangcheng, o futebol é ensinado há dois anos. É praticado por 30 das 580 crianças que contam o estabelecimento.

"Não temos tempo nem pessoal suficientes, é apenas um pequeno clube por enquanto", afirma a diretora Xu Rong.

Ecoando o presidente da federação local, ela considera que a prática do futebol tem diversas virtudes pedagógicas, como tornar as crianças mais atentas às aulas e permitir que elas se afirmem em um grupo.

"Sempre pensei no futebol como uma disciplina essencial", acrescenta Zhu.


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