Os organizadores dos protestos em Hong Kong pretendem realizar outra manifestação gigantesca no domingo, anunciaram seus líderes nesta quinta-feira, um dia depois dos violentos confrontos na cidade entre a polícia e os ativistas que criticam um projeto de lei de extradição para a China.
A Frente de Direitos Humanos Civis também convocou uma greve em toda a cidade para segunda-feira, com o objetivo de manter a pressão sobre o governo deste centro financeiro na Ásia: os manifestantes desejam que o projeto de lei seja abandonado.
"Convocamos os cidadãos a unir-se às greves trabalhista, escolar e do comércio", afirmou Jimmy Sham, coordenador do grupo.
O governo de Pequim voltou a denunciar nesta quinta-feira como "distúrbios" as manifestações da véspera em Hong Kong contra este projeto de lei que abre o caminho para extradições à China e que foi preparado na ex-colônia britânica.
"Não foi uma manifestação pacífica, e sim distúrbios organizados", afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang.
Pequim "condena firmemente" a violência e "apoia a reação" das autoridades de Hong Kong, completou.
Dezenas de milhares de manifestantes vestidos de preto, em sua maioria jovens, lotaram novamente na quarta-feira as ruas de Hong Kong contra o projeto de lei que, segundo os críticos, daria poder a Pequim para perseguir politicamente os opositores.
De acordo com as autoridades, 22 pessoas ficaram feridas, entre policiais e manifestantes.
Os confrontos aconteceram perto do Conselho Legislativo (LegCo, parlamento), onde o texto seria analisado em segunda leitura. Analistas afirmaram que este foi o maior episódio de violência desde 1997, quando Hong Kong, então colônia britânica, foi devolvido à China.
O parlamento, dominado por deputados favoráveis ao governo de Pequim, anunciou o adiamento do debate para "uma data posterior".