Jornal Estado de Minas

Novo incidente envolve petroleiros no golfo de Omã

Dois petroleiros foram evacuados nesta quinta-feira depois que enviaram sinais de socorro por um novo incidente no golfo de Omã, o que provocou a disparada dos preços do petróleo.

O incidente, o segundo em poucas semanas com navios que passavam por esta região estratégica, acontece em momento de grande tensão entre Irã e Estados Unidos. Washington acusou Teerã por um primeiro incidente em maio.

De acordo com a versão iraniana, dois petroleiros se envolveram em um acidente nesta quinta-feira e a Marinha do país resgatou 44 pessoas. A Quina Frota americana anunciou que estava a par de um "ataque" contra petroleiros em Omã.

"As forças navais americanas na região receberam dois pedidos de socorro distintos, às 06h12 locais e às 07h00 locais", afirma um comunicado.

"Os navios da Marinha americana estão na região e prestam assistência", completa a nota.

As autoridades da Noruega informaram que o petroleiro "Front Altair", que pertence ao grupo norueguês Frontline, foi "atacado" e aconteceram três explosões a bordo, que não deixaram feridos.

Um ataque na mesma zona teria atingido outro petroleiro, o "Kokuka Courageous", informou a Direção Norueguesa de Assuntos Marítimos em um comunicado.

Após o incidente, anunciado por um serviço de informações sobre a Marinha mercante administrado pela Royal Navy britânica, as cotações do petróleo dispararam.

"Reino Unido e seus sócios estão investigando", afirmou a United Kingdom Marine Trade Operations (UKMTO), sem revelar detalhes.

Após as primeiras informações do ataque, o preço do barril de petróleo chegou a registrar alta de 4%.

O golfo de Omã fica próximo ao estratégico estreito de Ormuz, uma via marítima crucial por ondem transitam quase 15 milhões de barris de petróleo e centenas de milhões de dólares em outras mercadorias.

A agência de notícias S&P-Platts informou que o "Front Altair", construído em 2016 e com bandeira das Ilhas Marshall, pegou fogo e sua tripulação teve que ser retirada.

No dia 12 de maio quatro petroleiros - dois sauditas, um norueguês e um dos Emirados - foram atingidos por ataques ainda não explicados no golfo de Omã, perto da costa dos Emirados Árabes Unidos.

O governo dos Estados Unidos afirmou que o ataque foi provocado "quase com toda certeza" por minas navais iranianas.

O governo dos Emirados anunciou na semana passada que os primeiros resultados de uma investigação realizada por cinco países e entregue à ONU aponta a possibilidade de que um Estado estava por trás das bombas, mas indicou que não há provas de que seria o Irã.

O incidente desta quinta-feira aconteceu depois que o Irã, que apoia os rebeldes huthis no Iêmen, anunciou na quarta-feira o disparo de um míssil contra o aeroporto de Ahba na Arábia Saudita. As autoridades sauditas afirmaram que 26 pessoas ficaram feridas no ataque.

O Irã rejeita as acusações americanas sobre os ataques de maio, mas a Arábia Saudita, sua rival regional, considera Teerã responsável.

O rei saudita Salman advertiu no início do mês, em uma reunião da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que os ataques "terroristas" na região do Golfo poderiam afetar o abastecimento mundial de petróleo.

Além dos atos de sabotagem contra petroleiros, um oleoduto saudita foi alvo em maio de um ataque supostamente cometido pelos rebeldes iemenitas huthis.

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