Jornal Estado de Minas

Bolsonaro e Macri afirmam que acordo Mercosul-UE é iminente

Os presidentes do Brasil e da Argentina, Jair Bolsonaro e Mauricio Macri, afirmaram que um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) é "iminente", ao fim de uma reunião nesta quinta-feira (6) em Buenos Aires.

"Estamos na iminência de fazer um acordo do Mercosul com a União Europeia", afirmou Bolsonaro durante sua primeira visita oficial, ao lado de Macri, na Casa Rosada, sede da Presidência argentina.

"Parabéns a vossa excelência por esse trabalho", afirmou Bolsonaro, ao apontar debateram um protocolo adicional. "Todos nós ganharemos com isso: Brasil, Argentina e demais países desse bloco", destacou.

Macri ratificou essas declarações ao fizer que "estamos muito perto de um acordo com a UE".

A Argentina detém a presidência pro tempore do Mercosul, que também inclui o Paraguai e o Uruguai, e deve transferi-lo para o Brasil em uma cúpula em meados de julho.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que o acordo com a UE, negociado há 20 anos, pode ficar pronto "em três ou quatro semanas".

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom, tinha declarado em maio que houve "bons progressos" e expressou seu desejo de concluir as negociações antes do fim de seu mandato.

O Mercosul e a UE negociam um acordo de livre-comércio há 20 anos, que até agora não foi possível concretizar.

Até agora, um dos maiores obstáculos à assinatura é a abertura do mercado europeu à carne do bloco sul-americano, sobretudo na França.

- Primeira vez em Buenos Aires -

Bolsonaro chegou no fim da manhã à capital argentina e depositou flores em frente ao Monumento ao Libertador general San Martín, no bairro do Retiro. Depois, Macri o recebeu na Casa Rosada, sede do governo.

Este é o primeiro encontro bilateral desde que Macri viajou a Brasília em 16 de janeiro, duas semanas depois de Bolsonaro assumir a Presidência. Macri não compareceu à posse de Bolsonaro porque na época estava de férias.

"Damos boas-vindas ao presidente do Brasil em sua primeira visita de Estado e sua primeira visita a Buenos Aires.

Os argentinos estamos muito contentes de lhe receber", afirmou Macri.

Diferentemente de seus antecessores, que por tradição faziam sua primeira viagem oficial à Argentina, esta é a quarta viagem do brasileiro ao exterior, depois de ter visitado Estados Unidos, Chile e Israel, seus novos aliados conservadores.

- Eleições argentinas -

Em outubro, a Argentina terá eleições presidenciais, e pesquisas indicam que a crise econômica pode afetar as aspirações de Macri à reeleição. O mandatário brasileiro respaldo o presidente argentino abertamente.

"Eu conclamo o povo argentino, que Deus abençoe todos eles, porque terão pela frente agora no mês de outubro eleições, que eu acho que todos devem ter, assim como o Brasil, grande parte teve muita responsabilidade, muita razão e menos emoção para decidir o futuro", acrescentou Bolsonaro.

Além disso, Macri e Bolsonaro trataram da crise da Venezuela. "Falamos do duro momento que nossos irmãos venezuelanos estão vivendo. Ratificamos nosso compromisso, nossa solidariedade e que seguiremos fazendo tudo que for possível para ajudar a democracia a se restabelecer na Venezuela", disse o presidente argentino.

O Brasil é o primeiro parceiro comercial da Argentina, que por sua vez é a terceira do Brasil. Em 2018, o intercâmbio comercial entre os dois países alcançou os 26,002 bilhões de dólares, com um superávit brasileiro de US$ 3,9 bilhões.

Durante sua estada de 24 horas, Bolsonaro se reunirá com autoridades do Parlamento argentino, empresários e será recebido para um almoço no Museu da Casa Rosada.

Enquanto isso, sob o lema "O teu ódio não é bem-vindo", organizações humanitárias, movimentos sociais e políticos argentinos convocaram um festival musical e uma manifestação na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada.

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