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Estado de Minas

México inicia diálogo com os EUA, confiante em evitar tarifas


postado em 03/06/2019 22:31

Autoridades mexicanas iniciaram nesta segunda-feira (3) diálogos nos Estados Unidos confiantes em superar a disputa migratória que levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a ameaçar impor tarifas sobre todos os produtos mexicanos a partir da próxima semana.

"Nós somos a favor do livre-comércio e achamos que um acordo pode ser alcançado", disse o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), da Cidade do México, enquanto seu ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, alertou em Washington sobre o "efeito contraproducente" das medidas.

"Eu quero continuar amigo do presidente Donald Trump", disse o AMLO.

Trump reagiu mais tarde no Twitter: "Como um sinal de boa-fé, o México deve parar imediatamente o fluxo de pessoas e drogas através de seu país e para a nossa fronteira sul. Eles podem fazê-lo se quiserem!".

Kevin Hassett, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, disse a repórteres que as negociações com o México "têm potencial para ser extremamente frutíferas", mas ressaltou que o presidente "100% não está" blefando com a ameaça de tarifas.

Trump surpreendeu na quinta-feira ao anunciar que os Estados Unidos aplicarão a partir de 10 de junho impostos de 5% sobre todos os produtos do México, que aumentarão gradualmente para 25% até 1º de outubro, se seu vizinho do sul não interromper o crescente fluxo de imigrantes indocumentados que chegam à fronteira dos EUA, principalmente vindos de Guatemala, Honduras e El Salvador.

O anúncio afundou o peso mexicano em relação ao dólar e despencou nos mercados globais, temendo uma forte desaceleração do comércio e altos preços dos principais produtos importados dos dois lados da fronteira.

"As taxas podem causar instabilidade financeira e econômica, o que significa que o México pode reduzir sua capacidade de lidar com os fluxos migratórios", disse Ebrard em entrevista coletiva.

- 250 mil migrantes evitados -

O México já tomou muitas medidas, disse ele, como permitir que mais de 8.800 migrantes dos Estados Unidos esperem em território mexicano para uma audiência de asilo em tribunais dos EUA, e que outras 18.700 pessoas aguardem, também em território mexicano, sua vez de entrar em um porto de entrada da fronteira dos EUA.

Ele também disse que o México processou pedidos de refugiados de mais de 24.400 pessoas desde o início do ano, um número sem precedentes.

"Sem os esforços do México, um quarto de milhão de migrantes adicionais chegariam à fronteira dos EUA em 2019", disse ele.

Mas Hassett disse que o México deve ter feito mais, especialmente parar os ônibus que transportavam migrantes para a fronteira dos EUA, que segundo o governo Trump são dirigidos por gangues criminosas.

"Se eles conseguirem apresentar um bom plano, não haverá tarifas", disse ele à CNN.

Ebrard, que apresentou na Casa Branca no mês passado uma iniciativa de investimento de 10 bilhões de dólares por ano para a América Central com o objetivo de conter a onda migratória, disse que o México procura trabalhar em conjunto com os Estados Unidos para "acelerar o desenvolvimento econômico" daquela região, atacando a pobreza e a violência que causam a" migração forçada".

O ministro mexicano das Relações Exteriores criticou o cancelamento de programas de ajuda aos países da América Central, como Trump fez no fim de março, instando os EUA a cumprir os projetos de investimento público e privado com que ele se comprometeu em dezembro, de 5,8 bilhões de dólares

"Hoje não temos um único programa, então vamos colocar isso na mesa também", disse Ebrard, que na quarta-feira se reunirá com o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.

- "Não seria aceitável" -

Ebrard também recusou a ideia sugerida por funcionários de Trump de que o México, como primeiro país em número de migrantes, concordara em aceitar todos os seus pedidos de asilo.

"Um tratado sobre um terceiro país seguro não seria aceitável para o México", disse.

Kevin McAleenan, secretário interino do Departamento de Segurança Interior (DHS) dos Estados Unidos, responsável da política migratória e com quem Ebrard espera ter uma reunião nesta semana, deu a entender essa possibilidade na quinta-feira.

Acompanham Ebrard os secretários mexicanos da Economia, Graciela Márquez, e Agricultura, Víctor Villalobos, que nesta segunda-feira com os secretários americanos do Comércio, Wilbur Ross, e da Agricutura, Sonny Perdue.

"Reiterei a mensagem do presidente de que o México deve fazer mais para ajudar os Estados Unidos a abordar a imigração através de nossa fronteira compartilhada", se limitou a dizer Ross num comunicado após o encontro com Márquez.

Também integra a delegação o subsecretário mexicano para América do Norte, Jesús Seade, que prevé falar com o representante comercial americano, Bob Lighthizer. Ambos negociaram o T-MEC, o novo acordo de livre comércio da América do Norte que substituirá o TLCAN, atualmente em processo de ratificação nos Congressos dos Estados Unidos, México e Canadá.

Hassett negou que as eventuais taxas para o México afetem a economia dos Estados Unidos ou atrapalhem o T-MEC, recusando as críticas de legisladores de que Trump está sendo imprudente com esta ameaça.


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