O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), considerou nesta sexta-feira (31) que a tensão gerada pelo anúncio de tarifas impostas pelos Estados Unidos não vai deter o processo de ratificação do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês).
Garantiu ainda que seu governo faz seu dever de casa no combate à migração ilegal.
"As pessoas serão a favor do livre-comércio. Isso não para o processo que já começou para ratificar o tratado. Nós vamos continuar, desde já. É um assunto que cabe ao Senado", disse AMLO em sua entrevista matinal.
A tensão bilateral subiu ontem com o anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que imporá tarifas progressivas a todos os produtos mexicanos a partir de 10 de junho. A medida ficará em vigor, segundo Trump, até que o governo de López Obrador contenha a migração ilegal.
"Estamos fazendo o que cabe a nós" no tema migratório, afirmou o presidente do México, país que destina mais de 80% de suas exportações para os Estados Unidos.
"Agimos e acompanhamos os migrantes até suas cidades, como não se fazia (...) Não ficamos de braços cruzados", acrescentou.
O governo mexicano prepara "provas" de suas medidas, completou AMLO.
Antes do aviso de Trump sobre as tarifas, classificado como "desastroso" pelo governo mexicano, o Executivo entregou o texto do USMCA ao Senado para seu debate e ratificação.
Depois do anúncio, ontem também, López Obrador enviou uma carta para Trump, na qual disse não querer uma "confrontação" e o convidou ao diálogo.
"Temos mais de 3.000 quilômetros de fronteira. Vivem, trabalham nos Estados Unidos 24 milhões de mexicanos. Por isso, somos obrigados a agir com muita prudência e vamos insistir muito no diálogo", afirmou AMLO em sua coletiva desta sexta.
O presidente do México disse que ainda não obteve resposta à carta enviada ontem para Trump.