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Estado de Minas

Partido de Merkel afunda em conflito com 'youtubers'


postado em 28/05/2019 10:43

A provável sucessora da chanceler alemã, Angela Merkel, viu-se envolvida em uma polêmica nesta terça-feira (28) por classificar de "manipulação eleitoral" a convocação de youtubers para que se votasse contra os partidos no poder, em nome da mudança climática.

Annegret Kramp-Karrenbauer, que sucedeu a Angela Merkel à frente dos democrata-cristãos da CDU em dezembro, fez o controverso comentário sobre um conhecido youtuber, ao analisar o resultado das eleições europeias de domingo.

Apesar de ter ficado em primeiro lugar, seu partido registrou o pior resultado de sua história. Já seus aliados no governo, os socialdemocratas, sofreram um duro golpe e ficaram atrás dos Verdes. Estes resultados fizeram aflorar dúvidas sobre a sobrevivência do Executivo no médio prazo.

Para a líder da CDU, esses resultados se devem, sobretudo, a um vídeo feito por dezenas de youtubers que denunciaram o balanço do governo em matéria ambiental, alegando que a Alemanha não cumpriu suas metas de redução de gases causadores do efeito estufa.

"Como reagiria o país se 70 jornais pedissem juntos, dois dias antes das eleições, que se votasse contra a CDU e o SPD? Isso teria sido manipulação eleitoral", denunciou Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK), que sugeriu que se imponham normas "no mundo digital".

As hashtags "censura" e "AKKrenúncia" não demoraram a virar um dos assuntos mais comentados do Twitter.

- Vídeo viral -

Os adversários políticos de Kramp-Karrenbauer também denunciaram o chamado, como o líder dos liberais do FDP Christian Lindner, que o consideraram "apenas crível".

AKK tentou esclarecer suas declarações no Twitter e disse se referir a "normas para as campanhas eleitorais", ao mesmo tempo em que considerou "absurdo" ser acusada de "querer regular a liberdade de expressão".

"Mas, se não debatermos a fundo antes das eleições, quando podemos fazer isso? Kramp-Karrenbauer quer um monopólio dos partidos na formação da opinião pública? Ou por acaso pretende que os únicos que expressem sua opinião sejam os que não têm influência?", ironizou a revista "Der Spiegel".

A polêmica ilustra as dificuldades que os partidos tradicionais enfrentam diante da juventude em uma Alemanha envelhecida.

Inicialmente, há uma semana, a CDU tentou ignorar e depois criticar o youtuber Rezo. Em um vídeo chamado "A destruição da CDU", ele desmontava suas políticas, que chamou de "antiambientais" e de favorecer os ricos e os aposentados. Neste momento, a líder conservadora o acusou de querer ganhar dinheiro à base de "cliques", apesar de Rezo ter suspendido a publicidade nesse vídeo.

Quando o vídeo viralizou, com 12 milhões de visualizações neste dia, a CDU tentou melhorar sua imagem, convidando o youtuber a se reunir com o partido. Como resposta, Rezo e dezenas de youtubers com milhões de inscritos divulgaram um segundo vídeo, pedindo que se votasse contra a CDU e o SPD nas europeias.

Embora ainda seja complicado saber se o apelo de Rezo surtiu efeito, a análise pós-eleitoral do pleito europeu mostra que a CDU perdeu o voto dos jovens e conta com uma confortável vantagem entre os eleitores acima de 60 anos, uma faixa etária em plena expansão, com 36% do eleitorado.

Já os Verdes ficaram em segundo lugar, liderando em todas as idades até os 44 anos, com um avanço notável entre os menores de 30.


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