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Estado de Minas

Governo de Merkel na Alemanha em apuros após eleições europeias


postado em 27/05/2019 07:53

Os resultados ruins nas eleições europeias dos conservadores da chanceler Angela Merkel e, acima de tudo, dos seus aliados social-democratas colocam em dúvida a continuidade do governo de coalizão na Alemanha.

As lideranças dos três partidos da coalizão, os conservadores CDU e CSU e o social-democrata PSD, estão reunidas esta manhã para discutir os resultados da votação em uma atmosfera de crise.

Em seguida, os líderes dos partidos se reunirão com Merkel, uma chanceler no final de carreira e que dirige um governo no qual os desentendimentos se multiplicam.

A grande coalizão recebeu uma nota baixa, disse Markus Söder, presidente do partido conservador CSU, aliado bávaro da CDU, partido de Merkel.

Os dois partidos conservadores obtiveram juntos 28,9% dos votos, mas a CDU, que obteve 22,6%, registrou uma perda de 7,4 pontos percentuais.

A estratégia de pender mais à direita para impedir a ascensão da extrema-direita de Annegret Kramp-Karrenbauer, sucessora de Merkel à frente da CDU desde dezembro passado, não funcionou.

Mas o que poderia precipitar o fim da coalizão governamental é o resultado sombrio dos social-democratas.

"O fracasso do SPD está abalando a coalizão", afirmou o jornal Bild, o maior em termos de circulação da Alemanha.

O SPD obteve 15,8% dos votos, 11 pontos percentuais a menos que em 2014, ficando atrás dos Verdes, que terminaram em segundo lugar com 20,5% dos votos.

"A grande coalizão vacila após as eleições", disse a revista Der Spiegel em seu site.

"Está em perigo" porque "a CDU e o SPD foram punidos pelos eleitores e essa instabilidade pode levar ao colapso a qualquer momento", acrescentou.

A líder do SPD, Andrea Andrea Nahles, muito questionada dentro do partido, insistiu no domingo na permanência da formação na coalizão para "garantir uma política governamental socialmente justa".

No entanto, três representantes da ala à esquerda do partido, incluindo o líder da juventude Kevin Kühnert, exigiram em um artigo que o SPD imponha reformas sociais ou deixe o governo antes do final de seu mandato, em setembro de 2021.

As diferenças entre os parceiros do governo se cristalizaram nas últimas semanas em torno da criação de uma aposentadoria mínima universal.

O SPD quer impor essa medida que os conservadores rejeitam por ser muito cara, em um contexto de diminuição das receitas fiscais.

Depois de uma série de eleições regionais, o SPD fará um balanço e decidirá se permanecerá no governo ou se retirará o seu apoio, o que levaria a eleições antecipadas e ao fim da carreira política de Merkel.

A União Democrata Cristã (CDU) convocou os social-democratas a permanecer no governo "para que a estabilidade prevaleça no país".

Os democratas-cristãos temem novos fracassos eleitorais em setembro e outubro, nas eleições em três regiões do leste da Alemanha, redutos do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Nas eleições europeias, AfD obteve 11% dos votos, abaixo das legislativas de 2017.

Mas nas regiões do leste, que faziam parte da Alemanha comunista, confirmaram sua força, vencendo na Saxônia e em Brandemburgo, duas das três regiões onde as eleições regionais acontecerão nos próximos meses.


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