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Estado de Minas

Britânicos são cada vez mais pobres, diz relator da ONU


postado em 22/05/2019 10:40

As políticas de austeridade mergulharam milhões de britânicos na pobreza - aponta o informe de um relator da ONU divulgado nesta quarta-feira (22), segundo o qual o governo age por "ideologia" e em violação de suas obrigações em matéria de direitos humanos.

De acordo com o documento, elaborado pelo relator especial das Nações Unidas sobre a pobreza extrema e os direitos humanos Philip Alston, após uma visita de 12 dias pelo país, 20% da população britânica - ou seja, 14 milhões de pessoas - vive no limiar da pobreza.

E, apesar de "suas trágicas consequências sociais", as "retrógradas" políticas de austeridade adotadas desde 2010 pelos conservadores no poder "seguem em um ritmo constante" em "clara violação das obrigações em matéria de direitos humanos do país".

Se continuar assim, até 2021, aponta o relatório, "prevê-se que cerca de 40% das crianças viverão na pobreza".

"Os bancos de alimentos proliferam, o número de pessoas sem lar aumentou enormemente (...), a expectativa de vida cai para alguns grupos, e o sistema de assistência judiciária foi dizimado", constata o especialista, denunciando que "o governo continue determinado em sua negação".

Alston afirma ainda que nem "o crescimento da economia, nem o elevado nível de emprego e um excedente orçamentário inverteram a austeridade, uma política realizada mais por ideologia do que seguindo uma agenda econômica".

O Ministério britânico do Trabalho e da Previdência reagiu denunciando o informe como "completamente inexato".

"Os próprios dados da ONU mostram que o Reino Unido é um dos lugares no mundo, onde as gente estão mais felizes de viver", declarou um porta-voz do governo à agência de notícias britânica PA, acrescentando que Alston passou muito pouco tempo no país para ter uma imagem correta da situação.

Na semana passada, um estudo do Institute for Fiscal Studies (IFS), um respeitado organismo independente britânico, divulgou que, após dez anos de austeridade, a desigualdade de renda no Reino Unido é a mais alta dos países ricos, à exceção dos Estados Unidos.

O texto afirma ainda que poucas vezes esse quadro foi tão evidente na sociedade britânica, constituindo uma ameaça para a democracia e para a coesão do país.

A poderosa organização sindical TUC denunciou que os salários no país continuam sendo inferiores aos de antes da crise financeira de 2008, especialmente para os trabalhadores no setor público, apesar de o desemprego estar em seu nível mais baixo em 45 anos: 3,8% no primeiro trimestre de 2019.

Em uma entrevista à AFP durante sua viagem ao Reino Unido no final de 2018, Alston denunciou uma situação "triste e claramente injustificada".

"O dinheiro está aí. O governo decidiu recentemente gastar quantias exorbitantes ao baixar os impostos sobre os mais ricos", declarou.


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