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Estado de Minas

Luta antiterrorista na Europa, uma ameaça global que exige resposta conjunta


postado em 22/05/2019 09:13

Os autores dos ataques extremistas de 2015 em Paris, que conseguiram atravessar as fronteiras externas e internas da União Europeia sem problemas, provocaram uma consciência no bloco: em face de uma ameaça global, é necessária uma resposta conjunta.

A cooperação na luta contra o terrorismo na Europa evoluiu nos últimos anos. Não se limita mais a uma série de intercâmbios bilaterais, mas agora existe um sistema de cooperação multilateral que comprovou sua eficácia.

E em nenhum outro lugar o desejo de reunir todos os recursos europeus para combater o terrorismo é mais evidente do que na Europol, a agência policial da UE, cuja sede fica em Haia.

"Se existe um campo em que a Europa trabalha, é esse", assegura o coronel da AFP, Jean-Dominique Nollet, que trabalhou onze anos nesta agência. "A Europol permite que os dados sejam cruzados, tem uma base enorme", explica.

Em janeiro de 2016, um ano após o ataque à revista satírica francesa Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos, a agência criou o Centro Europeu de Luta contra o Terrorismo (ECTC, na sigla em inglês).

"Após os ataques de 2015, recebemos pedidos de assistência da França e da Bélgica", disse à AFP Manuel Navarrete, general da Guarda Civil Espanhola que administra este centro.

"As conexões internacionais de terroristas, vindos do Iraque ou da Síria, que passaram pela Turquia ou Grécia, que foram vistos na Hungria e na Alemanha, antes de baterem na França e na Bélgica, com antecedentes criminais e relações com redes de traficantes de seres humanos, responderam perfeitamente às competências da Europol".

A organização enviou, nas horas que se seguiram aos ataques, especialistas em crimes financeiros, tráfico internacional de drogas, vigilância de redes sociais e cibercrime. O objetivo não é fazer o trabalho da polícia francesa e belga, mas propor conhecimentos em disciplinas especializadas.

"É assim que o ECTC nasceu", acrescenta Navarrete. "Um lugar comum onde o trabalho de análise pode ser feito, online, com todos os Estados membros da UE".

- 'Compartilhar informação' -

O ECTC tem agora 99 peritos, essencialmente policiais enviados por todos os países da União para a sede da Europol.

O coronel francês Jean-Dominique Nollet passou onze anos na sede da Europol antes de retornar ao seu país para chefiar o centro de luta contra cibercriminosos.

"Com o tempo, o sistema se tornou mais eficaz e, com os ataques de 2015, a fluidez e o compartilhamento de informações melhoraram muito", diz ele, dizendo que o compartilhamento de informações é crucial para evitar ataques.

"A informação terrorista, que era muito compartimentada, reservada a serviços especializados, é agora muito mais compartilhada", acrescenta.

"Colaborar mais e trocar informações necessárias pode salvar vidas", assegurou pouco depois de sua nomeação à frente da Europol em maio de 2018, a belga Catherine De Bolle.

O Sistema de Informação de Schengen (SIS), que recolhe informação sobre pessoas procuradas, é também um instrumento crucial da cooperação antiterrorista intraeuropeia. De acordo com os números mais recentes, em 2016 essa lista continha 75 milhões de dados e havia sido consultada mais de 4.000 milhões de vezes entre 2015 e 2016.

"Os ataques de Paris de 2015 provocaram uma conscientização, os Estados membros perceberam a importância de compartilhar informações a nível europeu", concorda Séverine Wernert, do gabinete de Julian King, comissário europeu encarregado da segurança. .

Lamentavelmente, "nem todos os Estados membros alimentam sistematicamente as bases europeias e alguns não dispõem de informações biométricas nos seus ficheiros nacionais, o que coloca um problema quando é necessário verificar as identidades".


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