O presidente russo, Vladimir Putin, se comprometeu nesta quinta-feira, 9, a garantir o poder militar russo por ocasião do 74º. aniversário da vitória da União Soviética contra a Alemanha nazista. Putin falou diante de milhares de soldados e ex-combatentes na Praça Vermelha, em Moscou, antes do desfile tradicional, em que novos equipamentos militares foram apresentados. Na Ucrânia, celebrações semelhantes foram realizadas, e o líder russo fez críticas indiretas ao país.
"As lições da última guerra são válidas mais uma vez. Nós fizemos e faremos todo o necessário para garantir as capacidades de nossas forças armadas", disse Putin. A URSS perdeu mais de 27 milhões de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. A vitória de 1945 foi elevada a um mito fundador do patriotismo e grandeza russos.
Sobre o presente, o líder declarou: "Rússia está aberta para cooperar com todos aqueles que estejam dispostos a se comprometer em combater o terrorismo, o neonazismo, e o extremismo." Putin indicou que os desfiles e marchas não buscam ostentar armar ou assustar ninguém, mas que o ocorrido na Segunda Guerra não se repita jamais "na história da humanidade."
A comemoração, cada vez mais importante sob Putin, com seus dois feriados, ocorre este ano em um contexto de fortes tensões com o Ocidente e temores de uma nova corrida armamentista russo-americana.
Moscou também anunciou que pretende reforçar sua presença militar no Ártico, uma região estratégica rica em recursos naturais. Desfiles militares ocorreram em outras cidades em todo o país. A televisão pública transmitiu um desfile na autoproclamada república de Lugansk.
Esta região é um dos dois territórios no leste da Ucrânia que escapou do controle de Kiev desde o início do conflito em 2014 com os separatistas pró-russos que são apoiados, segundo o governo ucraniano e os países ocidentais, pela Rússia. Este conflito causou mais de 13.000 mortes em cinco anos.
A questão no leste da Ucrânia é o motivo que levou o Kremlin a adiantar a informação de que nenhum mandatário ocidental estaria presente na cerimônia. O evento é boicotado pelos Estados Unidos e a União Europeia desde a anexação russa da Crimeia em 2014. Na região, comemorações semelhantes ocorreram no porto de Sebastopol.
O único líder internacional presente foi o presidente do Cazaquistão, Nursultán Nazarbáyev. Para o próximo ano, o Kremlin espera maior presença estrangeira no desfile, em ocasião dos 75 anos da derrota nazista. (Com agências internacioanis).