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Estado de Minas

Retorno à calma em Gaza após escalada mortal com Israel


postado em 06/05/2019 14:55

A calma retornava nesta segunda-feira (6) na Faixa de Gaza após um cessar-fogo anunciado pelos palestinos depois da pior escalada de violência com Israel em anos, mas sem nenhuma solução de longo prazo ao conflito.

Os palestinos aceitaram um cessar-fogo que entrou em vigor antes do amanhecer, neste início do Ramadã, informaram três autoridades palestinas e egípcia, sob condição de anonimato.

Sem confirmar a trégua, como é comum do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez uma breve declaração garantindo que "a campanha não terminou e requer paciência, frieza e reflexão".

O Hamas e a Jihad Islâmica, principais forças palestinas na Faixa de Gaza, foram atingidos "com grande força" e Israel está "pronta para continuar", afirmou Netanyahu.

Em outro comunicado posterior, Netanyahu confirmou que Israel tinha "recuperado sua política de eliminação de dirigentes terroristas". Israel "já matou dezenas de terroristas de Hamas e da Jihad Islâmica. Mudamos as regras do jogo, e o Hamas não entendeu".

Após dois dias de uma escalada que matou 25 civis e combatentes na Faixa de Gaza e quatro civis em Israel, os disparos de foguete a partir do enclave palestino e as represálias israelenses pararam, efetivamente, na hora do cessar-fogo, constatou um jornalista da AFP em Gaza.

Em um sinal de apaziguamento, o Exército israelense anunciou o levantamento de todas as restrições impostas às populações civis israelenses vizinhas de Gaza.

O Egito, tradicional mediador do conflito, preparou um acordo para cessar as hostilidades a partir das 4h30 (22h30 de domingo no horário de Brasília), segundo informou um membro do movimento islamita Hamas no poder em Gaza e um outro responsável da Jihad Islâmica, segunda força no enclave.

Uma autoridade egípcia confirmou a conclusão de um acordo.

O enclave palestino e as cidades israelenses vizinhas foram palcos nos últimos dois dias da mais severa escalada de violência desde a guerra de Gaza de 2014.

O acordo alcançado durante a noite, como os precedentes concluídos após episódios de violência, visa uma flexibilização no bloqueio imposto por Israel à Gaza, segundo o membro da Jihad Islâmica.

Ele prevê medidas que incluem a extensão das zonas de pesca para os palestinos no Mediterrâneo, bem como melhorias no fornecimento de eletricidade e combustível, preocupações primordiais no eclave onde vivem dois milhões de habitantes.

Cerca de 690 foguetes foram disparados desde sábado a partir de Gaza. Destes, mais de 500 atingiram o território israelense, incluindo 35 em áreas urbanas, segundo o Exército israelense.

Nos ataques israelenses, em resposta aos disparos de foguetes, 19 palestinos morreram no domingo, entre eles uma mulher grávida e dois bebês, segundo o ministério da Saúde palestino. Também morreram seis militantes do Hamas, movimento islamita palestino que controla a Faixa de Gaza.

Já a Polícia e os meios de comunicação do Estado hebraico reportaram quatro mortos em seu território por causa dos bombardeios palestinos.

Os alvos dos ataques de represália de Israel incluíram o quartel-general das forças de segurança do enclave palestino, indicou um comunicado do ministério do Interior de Israel. O edifício, que fica na Cidade de Gaza, foi destruído, acrescentou o texto.

Um combatente palestino, apresentado pelo Hamas como um de seus combatentes e considerado por Israel como um intermediário financeiro do dinheiro iraniano, também morreu em um ataque israelense.

Os palestinos dispararam os projéteis contra localidades do sul e do centro de Israel. Dezenas foram interceptados pela defesa antimísseis, afirmaram as Forças Armadas israelenses, e grande parte caiu em áreas desabitadas, destacou a Polícia.

O Exército israelense disse que seus tanques e aviões atingiram em seu entorno 220 alvos militares em Gaza.

A Turquia, por sua vez, criticou uma "agressividade sem limites", após o ataque israelense contra um edifício de vários andares em Gaza que, segundo Ancara, abriga o escritório da agência de notícias turca Anadolu.

Segundo a Anadolu, o pessoal da agência evacuou o edifício pouco antes do ataque, antecedido de um alerta.

Neste contexto, Israel anunciou o fechamento de passagens fronteiriças de Gaza e a proibição da pesca no litoral do enclave.

O presidente americano Donald Trump assegurou no domingo que Israel tem todo o apoio de Washington após a retaliação aos disparos feitos de Gaza.

"Mais uma vez, Israel enfrenta uma série de ataques mortais com fogueres de grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica. Apoiamos Israel 100% na defesa de seus cidadãos", tuitou Trump.

Israel e Hamas se enfrentaram em três guerras desde 2008.

No fim de março, sob os auspícios de Egito e ONU, negociou-se um cessar-fogo, anunciado pelo Hamas, mas nunca confirmado por Israel. Isto permitiu manter uma relativa tranquilidade durante as eleições legislativas israelenses de 9 de abril.

Mas a situação se degradou esta semana. Voltaram os disparos de foguetes e balões incendiários palestinos, assim como as represálias israelenses.

Três fatores poderiam pressionar Israel a acalmar a situação: as negociações em curso para formar uma coalizão governamental depois da vitória de Netanyahu nas eleições, o concurso musical Eurovision previsto para ser realizado em Tel Aviv em meados de maio, e as comemorações pela criação do Estado de Israel, na quinta-feira.

Desde março de 2018, os palestinos se manifestam na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel contra o bloqueio ao enclave e pelo retorno dos refugiados que foram expulsos ou tiveram que abandonar suas terras após a criação de Israel em 1948.

Ao menos 276 palestinos morreram desde o início da mobilização, nas manifestações ou nos ataques israelenses como represália. Dois soldados e um civil israelense morreram neste período, devido a estes confrontos entre Gaza e Israel.


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