O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018 por corrupção, afirmou nesta sexta-feira que pedirá progressão para o regime semiaberto, ao qual terá direito em alguns meses após ter sua pena reduzida para 8 anos e 10 meses de prisão.
"Peço. Eu quero ir pra casa. Agora, se eu tiver que abrir mão de continuar a briga pela minha defesa, eu não tenho nenhum problema de ficar aqui. Olha, se os advogados disserem para mim, 'Lula, você pode pedir a detração e você vai continuar brigando pela sua inocência do mesmo jeito que você está', eu não tenho nenhum problema de pedir, porque eu quero sair daqui".
Lula, 73 anos, fez tal declaração na segunda entrevista desde que foi preso, no dia 7 de abril de 2018, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A íntegra da entrevista, realizada pelo jornalista Kennedy Alencar, será publicada em breve pela Rede TV! e outras mídias.
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá, entregue pela construtora OAS em troca de sua influência para a obtenção de contratos na Petrobras.
O ex-presidente se declara inocente e denuncia uma perseguição política para impedir que a esquerda volte ao poder.
A defesa de Lula informou nesta sexta-feira que, após se reunir com o ex-presidente, ficou decidido que serão analisados e requeridos todos os direitos que se desprendem" da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de reduzir a pena de 12 anos e um mês para 8 anos e dez meses.
Mas a progressão pode ser afetada por outra condenação de Lula. O ex-presidente foi condenado em fevereiro a 12 anos e onze meses de prisão pelo caso do sítio em Atibaia.
Se a condenação for confirmada por um tribunal de segunda instância, Lula poderá perder o direito à progressão para o regime semiaberto.