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Estado de Minas

Macron promete acelerar reformas para conter descontentamento social na França


postado em 25/04/2019 16:43

O presidente francês, Emmanuel Macron, revelou nesta quinta-feira um conjunto de reformas, incluindo um corte de impostos significativo, para conter o mal-estar social no país, após cinco meses de protestos dos "coletes amarelos".

"Não quero aumentos de impostos, e quero uma redução para os que trabalham, reduzindo significativamente os tributos sobre a receita", declarou o presidente no Palácio do Eliseu.

O grande debate mostrou que existe, entre os franceses, "um profundo sentimento de injustiça fiscal", disse Macron, referindo-se à grande consulta nacional de dois meses, na qual 1,5 milhão de franceses opinaram sobre como melhorar a situação do país.

Foi exatamente uma alta dos impostos sobre os combustíveis o que fez estourar, em novembro, a revolta dos "coletes amarelos", um coletivo que protesta todos os sábados no país.

Macron também defendeu o fechamento da elitista Escola Nacional de Administração, onde ele e seus antecessores, Jacques Chirac e François Hollande, estudaram.

"Acho que para fazer a reforma (dos serviços públicos) de que falava, tem que eliminar, entre outros, a ENA", explicou.

A revolta de franceses que reclamam uma melhoria do poder aquisitivo e expressam a insatisfação das classes populares com dificuldades para chegar ao fim do mês se tornou a pior crise de sua presidência.

Quanto ao Imposto sobre Fortunas (ISF), tributo que suprimiu ao chegar ao poder para tornar o país mais atraente e evitar a fuga de grandes fortunas ao exterior, Macron defendeu sua eliminação.

"Foi uma reforma para estimular a produção, não um presente para os ricos", afirmou, acrescentando que vai avaliar em 2020 se sua eliminação foi "eficaz". A polêmica eliminação deste imposto reforçou sua imagem de "presidente dos ricos".

- 'Transformações essenciais' -

Embora tenha garantido que escutou as inquietações dos "coletes amarelos", o mandatário se mostrou determinado a seguir em frente com suas reformas.

"Escutei, entendi, senti na própria carne o que vivem", disse em referência às quase 100 horas que passou em reuniões nos últimos meses com prefeitos de todo o país, respondendo às inquietações dos franceses.

Contudo, "as transformações que estão em curso e as transformações que são essenciais para nosso país não devem ser detidas (...) porque respondem profundamente à aspiração de nossos cidadãos", explicou.

Ele acredita que as políticas adotadas nos últimos dois anos foram justas, mas admitiu que não foram "suficientemente rápidas", nem "radicais" ou "humanas".

Desgastado por meses de protestos e pela falta de resultados tangíveis, Macron tenta apaziguar a ira social, mas também impulsionar um novo mandato.

Sua popularidade despencou desde que chegou ao poder, há dois anos. Apenas 27% dos franceses aprovam sua gestão, segundo pesquisa da Opinionway. Esse dado é desanimador a menos de um mês das eleições europeias, nas quais o partido presidencial e a extrema direita lideram as pesquisas de intenção de votos.

Esta entrevista coletiva, a primeira em território francês de seu mandato, substituiu um discurso previsto para a semana passada, que precisou ser adiado após o incêndio da catedral de Notre-Dame na segunda-feira, que causou grande comoção na França e no mundo.


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