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Estado de Minas

Comunidade internacional dividida sobre Líbia após atraques a Trípoli


postado em 17/04/2019 22:55

A comunidade internacional permanece dividida sobre a ofensiva lançada pelo marechal Khalifa Haftar em Trípoli, capital da Líbia e sede do governo da Unidade Nacional (GNA), bombardeada por foguetes que deixaram seis mortos.

No Conselho de Segurança da ONU, a Grã-Bretanha apresentou nesta quarta-feira uma nova versão do projeto de resolução, que pede o fim dos combates e a abertura de um canal humanitário, mas segundo fontes diplomáticas, a proposta não obteve apoio suficiente.

Um diplomata que pediu para não ser identificado revelou que os três países africanos no Conselho de Segurança se negaram a apoiar o documento, assim como Rússia e Estados Unidos.

Já Grã-Bretanha, França e Alemanha compartilhariam uma posição comum.

Diante deste quadro, a presidência do Conselho - ocupada pela Alemanha - convocou uma nova reunião para a tarde de quinta-feira, para analisar "o caminho a seguir".

Desde o dia 4 de abril, quando lançou a ofensiva, o Exército Nacional Líbio (ENL) do caudilho Haftar está estacionado ao sul da capital, apesar de proclamar diferentes vitórias a cada dia.

Em duas semanas de combate, pelo menos 174 pessoas morreram e 18 mil tiveram que fugir, segundo a ONU.

Quando o Conselho de Segurança se reuniu em Nova York na noite de terça-feira, os foguetes atingiram a capital líbia.

Seis pessoas, incluindo três mulheres, foram mortas e 11 nos subúrbios de Abu Slim e Al Antisar, no sul da capital, segundo os serviços de resgate.

O prefeito de Abu Slim, Abdelrahman Al Hamdi, confirmou o balanço de seis mortos, acrescentando que outras 35 pessoas ficaram feridas. Em um balanço anterior, os serviços de emergência informaram sobre três mortos e oito feridos.

Fayez al-Sarraj, o chefe da GNA, reconhecido pela comunidade internacional, mudou-se para o local durante a noite.

- 'Crimes de guerra' -

Em um vídeo transmitido por seu serviço de imprensa, Sarraj denunciou "a barbárie" do marechal Haftar, que ele descreve como "criminoso de guerra".

"Vamos apresentar todos os documentos ao Tribunal Penal Internacional (TPI) amanhã por crimes de guerra e crimes contra a humanidade", acrescentou.

Sarraj acredita que era "responsabilidade legal e humanitária do Conselho de Segurança e da comunidade internacional responsabilizar esse criminoso por suas ações".

Na terça-feira, a promotora TPI Fatou Bensoudau alertou que não hesitará em expandir suas investigações por crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Líbia.

O ENL negou ter disparado foguetes e denunciou "atos terroristas".

Em um comunicado, "o comando geral" do ENL acusa "milícias terroristas que controlam a capital de disparar cegamente foguetes e obuses do tipo Grad" na cidade.

Em Nova York, um projeto de resolução permanece em negociação no Conselho de Segurança.

A Rússia, que na semana passada bloqueou um esboço de declaração convidando o ENL a suspender sua ofensiva, continua a se opor a referências críticas contra Haftar, de acordo com diplomatas da ONU.

O embaixador adjunto da Rússia ante la ONU, Dimitri Polyanski, disse a jornalistas nessa quarta-feira que é preciso "ter um bom documento" do projeto, mas se negou a dar detalhe sobre os pontos de desacordo.

Perguntado sobre se o projeto de resolução poderia ser adotado esta semana, contestou: "Depende deles, não de nós".

- Combate 'para toda a humanidade' -

O marechal Haftar se recusa a parar sua ofensiva e Sarraj rejeita qualquer processo político se não houver cessar-fogo antes e as tropas se retirarem até os limites de antes da ofensiva. "Posições irreconciliáveis", observa um diplomata.

No Conselho de Segurança "todos querem evitar uma longa guerra civil com muitas vítimas civis", diz outro diplomata.

O ENL quer legitimar sua ofensiva sobre a capital apresentando-a como uma guerra contra o "terrorismo".

"Nós não lutamos apenas pela Líbia, mas por toda a humanidade, queremos tirar os terroristas da capital", insistiu um porta-voz do ENL na noite de terça-feira.

A GNA negou que entre suas forças houvesse pessoas acusadas de terrorismo.


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