Sessenta pessoas, incluindo médicos, enfermeiros e farmacêuticos, foram denunciadas nos Estados Unidos por preenchimento de centenas de milhares de receitas ilegais de opioides, informou o Departamento de Justiça americano nesta quarta-feira.
Esta vasta rede, localiza principalmente na região pobre dos Apalaches, surge em meio a uma crise de saúde nos Estados Unidos relacionada a estes analgésicos.
"A epidemia de opioides é a crise de drogas mais mortal na história dos Estados Unidos, e os Apalaches podem ter sofrido mais que qualquer outra região", disse o ministro da Justiça, Bill Barr, em um comunicado.
Receitados em excesso durante anos, os opioides geraram uma maior dependência e levaram os consumidores a utilizar drogas fortes como fentanil e heroína. Como resultado, as overdoses dispararam, matando 70.000 americanos em 2017, 10% a mais que em 2016.
Entre os acusados está um médico no Tennessee que receitou 1,4 milhão de comprimidos de opioides em três anos em troca de sexo, segundo o comunicado.
No mesmo período, uma farmácia de Ohio doou 1,75 milhão de comprimidos com a cumplicidade de farmacêuticos e médicos.
No Alabama, um médico impôs um "imposto" de 50 dólares por mês aos pacientes dependentes para continuar emitindo receitas de opioides.