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Estado de Minas

Inflação continua em alta na Argentina e ameaça reeleição de Macri


postado em 16/04/2019 21:13

A inflação na Argentina continua a subir, atingindo 4,7% em março, e acumula 11,8% no primeiro trimestre, número que complica a reeleição do presidente liberal Mauricio Macri, atingido por uma crise econômica que não arrefece.

Segundo a publicação do Instituto de Estatística do Estado (Indec) na terça-feira, o índice de preços dos últimos doze meses subiu para 54,7%, um dos mais altos do mundo, com aumentos significativos nos setores de transporte (67,5%) e alimentos (64%).

Diante dos aumentos, o Banco Central decidiu que a faixa de flutuação cambial na Argentina, que era ajustada a cada mês, vai ficar fixa até o fim de 2019. O valor máximo foi fixado em 51,45 pesos por dólar, e o mínimo, de 39.75 pesos.

A decisão contou com o aval do Fundo Monetário Internacional. "Comemoramos as mudanças destes parâmetros de trabalho", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, em um comunicado.

O governo considerou que a desvalorização do peso, que acumula 9% no ano, é a principal causa da disparada inflacionária. Nesta terça, a taxa de câmbio fechou a 43,38 pesos por dólar, sob a pressão de uma forte demanda de divisas.

Os elevados níveis dos preços ao consumidores ocorrem em um contexto de recessão econômica, com queda de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, e de um duro plano de ajuste fiscal.

A pobreza atingiu 32% e o desemprego 9,1% da população no ano passado, segundo dados oficiais.

Faltando seis meses para o primeiro turno das eleições presidenciais, Macri - cujo desempenho nas pesquisas começa a apresentar problemas - deve anunciar na quarta-feira uma série de medidas para reativar o consumo.

Esse plano incluiria um acordo para congelar os preços de cerca de 40 commodities , além de linhas de crédito.

O presidente corre contra o tempo para mostrar resultados antes das eleições presidenciais.

"A inflação, quando passa de certos níveis, transforma os governos. E esse tem pouco tempo para reverter a situação e recuperar a credibilidade", alertou Hector Rubini, economista da Universidade del Salvador.

Segundo Rubini, o mais difícil para a população é a combinação de restrição de gastos públicos com o aumento de preços.

"Atacar a inflação requer decisão política e poder político, o governo requer apoio de empresas e sindicatos para que não haja indexação dos contratos, de qualquer tipo de contrato", afirmou.

A crise econômica argentina foi desencadeada há um ano com uma corrida cambial. Para enfrentá-la, o governo foi ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual acordou um empréstimo de US$ 56 bilhões em quatro anos. Até agora, recebeu US$ 38,9 bilhões.


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