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Estado de Minas

Polícia ordena que agentes não intervenham contra manifestantes no Sudão


postado em 09/04/2019 13:54

A polícia sudanesa ordenou, nesta terça-feira, que suas forças "não intervenham" contra os milhares de manifestantes reunidos pelo quarto dia consecutivo em frente ao quartel-general do Exército em Cartum, pedindo uma "transferência pacífica de poder".

Parecendo aderir ao slogan dos manifestantes pedindo o fim do reinado do presidente Omar al-Bashir, a polícia - que ainda nesta terça-feira participou na repressão aos protestos - expressou, em um comunicado, esperança na união do "povo sudanês (...) por um acordo que apoiaria uma transferência pacífica de poder".

Até então discretas, as embaixadas em Cartum dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Noruega também exigiram o estabelecimento de um "plano de transição política confiável".

Enfrentando a proibição de protestar, os manifestantes pedem desde sábado que os militares deixem de apoiar Bashir.

A permanência dos manifestantes em frente ao quartel-general do Exército - que também serve de residência para Bashir - tem sido um ponto de virada desde o início deste movimento de protesto há quase quatro meses.

Desde o início dos protestos no Sudão em 19 de dezembro, o Exército não participou da repressão, que tem sido liderada pelo influente serviço de Inteligência (NISS) e o Batalhão de Choque.

Na terça-feira, duas de suas tentativas de dispersar os manifestantes reunidos em frente ao quartel-general do Exército falharam quando soldados dispararam para o ar.

Nada indica se os militares atiraram para o ar para proteger os manifestantes, como afirmam algumas testemunhas, ou por outras razões. Neste momento, as intenções exatas do Exército permanecem desconhecidas.

Um vídeo, obtido pela AFP, mostra a tentativa dos serviços de segurança de dispersar na segunda-feira os manifestantes, antes de recuar após os tiros do Exército.

Ao menos 38 manifestantes morreram desde o início do movimento de contestação, incluindo sete no sábado, segundo as autoridades.

Nesta terça, soldados transportando um corpo em uma pick-up entraram no complexo do Exército, segundo uma testemunha. Não há, por enquanto, informações sobre a identidade da vítima.

Em um comunicado, o general Kamal Abdelmarouf, chefe do Estado-Maior do Exército, informou que o organismo "continua a cumprir com sua responsabilidade de proteger os cidadãos".

Nos protestos anteriores, os participantes tentaram seguir para locais simbólicos do poder, como o palácio presidencial, mas as forças de segurança impediram o avanço.

As manifestações começaram em 19 de dezembro, motivadas pela decisão do governo de triplicar o preço do pão em um país afetado pela crise econômica.

Rapidamente se tornaram um movimento contra Bashir, que governa o país desde um golpe de Estado em 1989.

Um conselho foi formado pelos organizadores da contestação para lançar negociações com as forças de segurança e a comunidade internacional, a fim de transferir o poder a "um governo de transição, fiel aos valores da revolução".


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