O Monte Bental é um observatório natural de 1.171 metros de altura que domina a planície síria. Em dia claro, Damasco aparece no horizonte, a 60 quilômetros dali. Durante os piores momentos da guerra civil na Síria, os moradores do Golan circulavam pelas trincheiras e pelo bunker, escavados há meio século, para ver um país se desfazer em tempo real. "Daqui de cima dava para ver as explosões", conta o brasileiro Natan Gelernter, que vive há mais de 30 anos em Ortal, kibutz perto da fronteira.
Leia Mais
Israel se manterá como uma 'nação start-up' após as eleiçõesTrabalhistas israelenses tentam recuperar espaço políticoA dias da eleição em Israel, segurança na Cisjordânia se torna preocupaçãoNo livro de memórias Every Day Is Extra, John Kerry, ex-secretário de Estado dos EUA, confirma a existência de uma carta de Assad ao presidente Barack Obama pedindo que os americanos intermediassem a negociação. Segundo o Haaretz, os dois lados chegaram a trocar memorandos, rascunhos e declarações de princípios.
Todos os contatos, no entanto, foram interrompidos em março de 2011, após Assad começar a reprimir os protestos populares contra o regime. A guerra civil parece ter sepultado definitivamente a devolução do território para a Síria.
Israel conquistou quatro territórios na Guerra dos Seis Dias.
Apesar de ser mais fértil que outras partes de Israel, a região ainda é a menos povoada do país - são 40 habitantes por quilômetro quadrado -, mesmo após 50 anos de sinal verde para a expansão de assentamentos israelenses. Segundo dados oficiais, 47 mil pessoas vivem no território, mas apenas 20 mil judeus. Se tivesse seguido o mesmo ritmo de crescimento da Cisjordânia, o Golan deveria ter pelo menos 80 mil judeus.
Atualmente, o território pode ser dividido em três: os quatro vilarejos drusos que restaram dos tempos de Síria; Katzrin, única aglomeração urbana do Golan, e os cerca de 30 kibutz pela região.
Em 1967, cerca de 100 mil sírios abandonaram o Golan - 7 mil ficaram.
Hoje, o Golan vive da agricultura e do turismo. De lá, desce boa parte da água que enche o Mar da Galileia e a bacia do Rio Jordão. Do território saem 40% das frutas produzidas por Israel. São 50 mil toneladas de maçã, uva, kiwi, nectarina, pêssego e cereja - o suficiente para exportar e encher as prateleiras dos supermercados, de Eilat a Nahariya. As informações são do jornal O Estado de S.