Israel ganhou o apelido de "nação start-up" graças a um pujante setor de novas tecnologias, e tem a firme intenção de permanecer neste caminho após as eleições legislativas, segundo se depreende dos principais candidatos.
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Trabalhistas israelenses tentam recuperar espaço políticoSoberania sobre Colinas de Golan soa mais fácilA dias da eleição em Israel, segurança na Cisjordânia se torna preocupação"Em Israel não há diferença real entre a esquerda e a direita no âmbito econômico", explica à AFP o professor de economia Omar Moav.
O setor tecnológico israelense tem sido o protagonista nos últimos anos de várias inovações chamativas: o aplicativo de navegação por GPS Waze, comprado pela Google em 2013, o sistema anticolisão veicular Mobileye, comprado pela Intel, e a plataforma de criação de sites na Internet Wix.
O serviço militar tem um papel importante: os recrutas que passaram pela unidade de elite 8200, especializada na coleta de dados de Inteligência militar, frequentemente seguem uma carreira no setor tecnológico.
Déficit humano
O ex-chefe de estado-maior Benny Gantz promete melhorar a infraestrutura pública e reduzir a papelada burocrática, dois dos obstáculos para a inovação neste setor dinâmico.
Sua coalizão eleitoral, Azul e Branco, assegura querer trabalhar "com os setores universitários para que Israel continue despontando no setor da inovação e da comercialização das tecnologias avançadas, como as nanotecnologias".
O Likud, partido de Netanyahu, se compromete, por sua vez, a promover "uma economia livre que conserve uma sensibilidade social", através de um "mercado competitivo, da diminuição dos impostos e da ampliação do setor privado".
Ex-ministro das Finanças, Netanyahu fez da liberalização econômica uma prioridade. Israel vive um crescimento estável, mesmo que o custo de vida, muito elevado, continue sendo uma de suas principais preocupações.
Com 7.000 empresas israelenses no setor de alta tecnologia e dezenas de centros de pesquisa e desenvolvimento de empresas internacionais, a alta tecnologia representa 43% das exportações do país, segundo o ministério da Economia, e emprega 280.000 pessoas.
Apesar deste êxito, o setor ainda não alcançou todo o seu potencial, segundo a ONG israelense Start-Up Nation Central em um informe publicado em dezembro.
O setor precisa de mais de 15.000 trabalhadores, segundo esta ONG.
As novas tecnologias são "o principal setor com capacidade de estimular o crescimento", explica Eugene Kandel, que dirige a Start-Up Nation Central e que foi presidente do Conselho Econômico Nacional israelense.
O informe preconiza buscar mão-de-obra entre as mulheres, os árabes e os judeus ultraortodoxos.
Os judeus ultraortodoxos, que representam aproximadamente 10% dos israelenses, assim como os árabes-israelenses (17% da população) estão pouco representados no setor: respectivamente são 0,7% e 1,4% do total da força de trabalho.
Nem os judeus ultraortodoxos, nem os árabes-israelenses estão obrigados a cumprir o serviço militar. Por isso, têm menos chances de entrar em contato com as tecnologias de ponta.
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