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Estado de Minas

Forças do marechal Haftar realizam bombardeio aéreo em Trípoli


postado em 07/04/2019 14:43

O exército do marechal Khalifa Haftar, o poderoso líder militar que controla o leste da Líbia, afirmou neste domingo ter realizado seu primeiro bombardeio aéreo na periferia de Trípoli, em mais uma ação ao fim de uma ofensiva contra a capital líbia que já deixou ao menos 21 mortos.

Este anúncio foi divulgado na página do Facebook do "escritório de mídia" do Exército Nacional da Líbia (ENL), autoproclamado por Haftar, enquanto violentos combates em terra ocorrem a cerca de 30 km ao sul de Trípoli.

Ante a escalada militar dos últimos dias, a missão da ONU na Líbia (Manul) fez um "apelo urgente" a uma "trégua humanitária" de duas horas nos subúrbios da capital ao sul do país para permitir a evacuação de feridos e civis.

As forças leais ao líder rebelde Khalifa Haftar mantêm sua ofensiva rumo à capital líbia sem dar ouvidos aos apelos da comunidade internacional para cessarem as hostilidades.

Haftar se opõe ao Governo de Unidade Nacional (GNA), instalado em Trípoli (oeste) e reconhecido pela comunidade internacional.

O chefe do governo rival advertiu para uma "guerra sem vencedores"

"Estendemos nossas mãos para a paz, mas após a agressão de parte das forças pertencentes a Haftar (...), a única resposta será a força e a firmeza", declarou Fayez al Sarraj, chefe do GNA), em discurso televisionado.

Haftar declarou guerra durante a semana e a força de proteção de Trípoli anunciou imediatamente uma contra-ofensiva e os poderosos grupos armados de Misrata se declararam "dispostos a frear o avanço maldito" do militar rebelde.

Depois de uma noite sem combates, os confrontos recomeçaram na manhã de domingo no sul da capital, especialmente em Wadi Rabi e no perímetro do aeroporto internacional de Trípoli, a cerca de 30 km da cidade, uma infraestrutura destruída em 2014.

- Operação Vulcão da Ira -

O novo porta-voz das forças da GNA, coronel Mohamad Gnunu, proclamou neste domingo o início de uma "contra-ofensiva".

Essa operação, chamada "Vulcão da Ira", deve permitir "limpar todas as cidades de agressores e forças ilegítimas", disse o porta-voz a repórteres em Trípoli, no dia seguinte à sua nomeação.

Com a intensificação dos combates, a Crescente Vermelho da Líbia alertou que era impossível ter acesso às famílias bloqueadas pelos confrontos.

Pelo menos 21 pessoas morreram e outras 27 ficaram feridas desde o início da ofensiva do marechal, de acordo com uma avaliação inicial do Ministério da Saúde da GNA, sem especificar se as vítimas eram civis ou combatentes.

Os militares dos Estados Uidos, por sua vez, anunciaram neste domingo a retirada provisória de seus militares na Líbia devido aos combates recentes.

Apesar de estar em crise desde 2011, a ofensiva lançada pelo marechal Haftar na quinta-feira para tomar o controle de Trípoli marca uma importante escalada entre as duas autoridades que disputam poder.

Os analistas, no entanto, estimam que a ofensiva das forças de Haftar pode se estender, mas também poderá fracassar.

"Haftar está agora confrontado com a perspectiva de uma guerra prolongada e há a hipótese de uma derrota", afirma Wolfram Lacher, pesquisador do Instituto Alemão de Política e Segurança Internacionais (SWP).

- A Rússia pede diálogo -

Desde a deposição, em 2011, de Muammar Kadhafi, a Líbia está mergulhada no caos. O país tem muitas milícias que disputam regiões e duas autoridades rivais, o GNA, e no leste do país o ENL.

Esta nova escalada ocorre antes de uma Conferência Nacional, auspiciada pela ONU, prevista para meados de abril em Gadamés, sudoeste do país, para esboçar um "mapa do caminho" para tirar o país do caos, com eleições incluídas.

O enviado da ONU para a Líbia, Ghassan Salamé, disse no sábado que a conferência se mantém, apesar da ofensiva de Haftar contra Trípoli.

"Estamos determinados a organizar" esta conferência "na data prevista", de 14 a 16 de abril, "salvo que circunstâncias de força maior o impeçam", disse Salamé em coletiva de imprensa em Trípoli.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, pediu um "diálogo inclusivo" e "sem os prazos artificiais que alguns tentam impor (aos líbios) a partir do exterior", sem informar a que prazo se referia.

Analistas avaliam que a conferência não faz mais sentido.

"Já significava pouco antes da ofensiva de Haftar. Agora significa ainda menos", disse Khalel Harshaui, pesquisador do Instituto Clingendael de Haia.


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