Deputados e jornalistas foram agredidos nesta terça-feira por partidários do chavismo nos arredores do Parlamento venezuelano, após uma sessão presidida pelo opositor Juan Guaidó, segundo congressistas e veículos de comunicação.
"De surpresa, novamente, coletivos (grupos de chavistas) violentos cercaram o Palácio Legislativo, agredindo jornalistas e deputados na presença da Guarda Nacional", disse a imprensa o deputado Simón Calzadilla, referindo-se a grupos civis que a oposição denuncia que receberam armas do governo.
Os incidentes ocorreram após uma sessão na qual Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, rechaçou a chegada no país de militares da Rússia no último fim de semana, alegando que viola a Constituição.
Além disso, o líder parlamentar refutou as denúncias do presidente Nicolás Maduro sobre "ataques" ao sistema elétrico como causa do apagão que afeta a maior parte do país desde a segunda-feira.
Quando os deputados saíram do prédio, os partidários do governo jogaram pedras e soltaram fogos de artifício contra os veículos de alguns dos parlamentares, sem causar feridos, observaram os jornalistas da AFP.
Não houve registros de agressões contra Guaidó
Em meio a confusão, jornalistas venezuelanos e estrangeiros ficaram "sitiados" por cerca de duas horas nos jardins do Congresso, denunciou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP).
Motoristas que trabalham com as equipes das agências Reuters e AP tiveram seus celulares e rádios de comunicação, constatou a AFP. Um carro de uma emissora local foi cercado e atacado pelos civis.
"Exigimos que as autoridades garantam o trabalho jornalístico. A omissão do Estado o faz responsável pelas arbitrariedades e agressões", denunciou a ONG Espaço Público, que defende a liberdade de expressão.
Prisões e agressões contra jornalistas aumentaram em meio a briga pelo poder entre Maduro e Guaidó.
A Espaço Público contabiliza cerca de 50 apreensões de profissionais da imprensa este ano.
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