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Estado de Minas

EUA: expectativa para conhecer as conclusões do relatório Mueller


postado em 24/03/2019 13:01

Os cidadãos e o mundo político americano continuam na expectativa para conhecer as conclusões do procurador especial Robert Mueller sobre a investigação russa, um documento crucial para o futuro político de Donald Trump, que sonha com a reeleição em 2020.

De acordo com a imprensa, o procurador-geral Bill Barr entragará neste domingo um relatório com as principais conclusões do documento ao Congresso.

O discreto e metódico Mueller entregou na sexta-feira suas conclusões após uma investigação de 675 dias que deixou o país em suspense, um caso que alguns não hesitaram em comparar com Watergate, que levou Richard Nixon à renúncia em agosto de 1974.

Dois dias depois depois, um grande mistério cerca o documento. A Casa Branca afirmou que não foi informada sobre o conteúdo e nem teve acesso ao relatório.

O informe deve responder a duas questões centrais: a equipe de Trump trabalhou ao lado de Moscou durante a campanha de 2016? O 45º presidente dos Estados Unidos tentou obstruir a justiça?

- Trump? "Ele está bem" -

Geralmente rápido para reagir sobre o caso, que assombra o seu mandato há dois anos, Trump, que passa o final de semana com a família na Flórida, não disse uma palavra a respeito até o momento.

"Bom dia, tenham um grande dia!", tuitou neste domingo, antes de publicar outra mensagem com seu famoso slogan "Make America Great Again".

"Ele está bem", respondeu no sábado seu porta-voz Hogan Gidley ao ser questionado sobre o estado de ânimo do presidente americano, que passou o sábado jogando golfe em seu campo de West Palm Beach.

Por meses, ele denunciou repetidamente uma "caça às bruxas" para desacreditá-lo (ele usou a expressão mais de 180 vezes no Twitter).

Há três dias, Trump questionou abertamente a legitimidade da investigação, apelando a seu amplo apoio eleitoral.

"É bastante extraordinário que, quando você consegue uma grande vitória, alguém chega e redige um relatório tirado do nada", disse. "Me expliquem isso, porque meus eleitores não entendem e eu também não entendo".

Qual parte do relatório será divulgada publicamente? Quando? Até o momento o procurador-geral Bill Barr foi o único que recebeu o documento.

Os congressistas democratas multiplicaram os pedidos de "transparência", considerando insuficiente a oferta de Barr de enviar as "principais conclusões".

"O Congresso exige o relatório em sua totalidade (...) para que as comissões possam continuar seu trabalho independente", afirmou no sábado Nancy Pelosi, presidente democrata da Câmara de Representantes.

As investigações abordam "perguntas que tratam da integridade de nossa democracia", havia declarado ao final das investigações. "O povo americano tem o direito à verdade".

Muitos pré-candidatos democratas à presidência em 2020 também exigiram a divulgação do documento, que foi objeto de intensas especulações.

"Como Donald Trump disse, 'deixe sair'", tuitou Bernie Sanders. "Divulguem o relatório Mueller para todos os americanos. Agora", exigiu Elizabeth Warren.

Vários democratas afirmaram que estão preparados inclusive para recorrer à justiça "para obter a informação". Muitos esperam que o documento apresente evidência para respaldar uma destituição (impeachment) presidencial.

Se não houver revelações devastadoras, o bilionário republicano pode sair mais forte do episódio, especialmente se, como muitos legisladores antecipam, a investigação concluir que não existiu conluio com a Rússia.

- Sem denúncias por conluio -

De acordo com a imprensa americana, em seu relatório o procurador Mueller não recomenda novas acusações.

Um detalhe que, na opinião do congressista republicano Mark Meadows, não é pequeno. "Se isto estiver correto, significaria que acabamos de concluir dois anos de investigação sobre o 'conluio russo' sem nenhuma acusação por conluio. Nenhuma", tuitou.

O republicano Doug Collins, membro da Comissão Judicial da Câmara de Representantes, insistiu neste domingo no argumento de Trump de que "não houve conluio". Uma vez que o relatório for divulgado, "com sorte poderemos seguir adiante", afirmou no programa "Fox News Sunday".

Certamente, nenhuma das 34 pessoas envolvidas neste caso, incluindo os seis sócios próximos a Trump, foi acusada por este crime.

A investigação, no entanto, atingiu o ex-chefe de campanha de Trump, Paul Manafort, assim como seu ex-advogado pessoal, Michael Cohen, ambos condenados à prisão por fraudes e falso testemunho.

Ex-diretor do FBI nos governos de George W. Bush (republicano) e Barack Obama (democrata), Robert Mueller foi nomeado em maio de 2017 procurador especial pelo Departamento de Justiça para garantir a independência das investigações sobre este caso extremamente sensível. Aos 74 anos, está próximo da aposentadoria.

Em 2008, durante um discurso pelos 100 anos do FBI, citou o tenista Arthur Ashe para afirmar que "o verdadeiro heroísmo é notavelmente sóbrio e muito pouco espetacular".


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