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Estado de Minas

Reformar a Constituição, a proposta de democratas para vencer Trump


postado em 22/03/2019 09:50

Com o objetivo de derrotar Donald Trump em 2020, alguns democratas querem reformar a Constituição dos Estados Unidos para introduzir o voto universal direto nas eleições presidenciais, ou aumentar o tamanho da Suprema Corte, duas propostas já rejeitadas pelos republicanos.

A ideia de abolir o sistema de grandes eleitores ganha terreno entre os democratas, que não digeriram as vitórias de dois republicanos quando o voto popular beneficiou seus candidatos.

Graças ao mecanismo do Colégio Eleitoral, em 2000, George W. Bush foi eleito, ainda que seu adversário, o democrata Al Gore, tenha obtido uma vantagem de cerca de meio milhão de votos. Em 2016, Donald Trump venceu a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que ganhou quase 3 milhões de votos a mais do que ele.

"Minha opinião é que cada voto conta", lançou nesta segunda-feira a senadora progressista Elizabeth Warren, pré-candidata democrata para as eleições presidenciais de 2020, durante evento no Mississippi. "Acredito que todos deveriam vir e exigir seu voto. Queremos um voto nacional, e isso significa se desfazer do Colégio Eleitoral", afirmou.

O presidente americano é eleito por 538 grandes eleitores distribuídos de forma variada entre os estados, de acordo com sua população. Um candidato deve obter a maioria absoluta de 270 votos. Em todos os estados, salvo dois (Maine e Nebraska), o que conseguir mais votos leva o número total de grandes eleitores nesse estado.

Em cada campanha eleitoral, os candidatos desistem de antemão em alguns estados considerados impossíveis de ganhar por ser historicamente democratas, como Califórnia, ou historicamente republicanos, como o Mississippi. E se concentram em uma dúzia de estados que podem inclinar a balança para um lado, ou outro, os chamados "swing states".

Os mais importantes são aqueles com o maior número de grandes eleitores como Flórida (29), Pensilvânia (20), ou Ohio (18).

Em 2016, Donald Trump conseguiu 304 grandes eleitores contra os 227 de Hillary, uma diferença obtida, sobretudo, com as vitórias em Ohio e Pensilvânia.

Além de Warren, outros democratas militam para reformar o sistema eleitoral. Pete Buttigieg, outro eventual concorrente nas primárias, disse que um novo sistema estimularia a participação em nível nacional.

- Ampliar a Suprema Corte -

O caminho para conseguir uma mudança no voto universal direto nos Estados Unidos ainda é longo, porém.

Primeiro, é necessário aprovar uma emenda à Constituição, algo bastante improvável com um Congresso dividido como o atual. Essa emenda deve, então, ser ratificada por 38 dos 50 estados.

Considerando-se as dificuldades desse cenário, outra opção ganha terreno. Vários estados de orientação democrata, como Califórnia, Illinois e Nova York, aos quais se somou recentemente o "swing state" do Colorado, manifestaram seu apoio a uma iniciativa que propõe atribuir os votos dos grandes eleitores ao candidato que obtiver a maioria dos votos em nível nacional, e não em nível estadual, como acontece agora.

Os republicanos se opõem a qualquer mudança com o argumento de que o sistema atual obriga os candidatos a buscarem votos em todo o país, não apenas nas grandes cidades.

"O desejo de eliminar o Colégio Eleitoral está impulsionado pela ideia de que os democratas querem fazer desaparecer politicamente os Estados Unidos rural", que votam majoritariamente nos conservadores, tuitou o senador republicano Lindsey Graham.

A Suprema Corte é outro campo de batalha dos democratas para lutar contra o magnata republicano.

Warren e outras duas pré-candidatas, Kamala Harris e Kirsten Gillibrand, disseram ao site de notícias Politico que queriam aumentar o número de juízes desse organismo, atualmente com nove membros.

Pete Buttigieg e Beto O'Rourke, outro pré-candidato para 2020, já falaram em passar para 15: cinco nomeados pelos democratas, cinco pelos republicanos, e cinco eleitos por estes dez.

Trump rejeitou a ideia categoricamente, alegando se tratar de uma manobra política dos democratas para fazer a mais alta instância jurídica do país se inclinar para o lado progressista.

"Não apoio" esta iniciativa que não tem "qualquer interesse", declarou na terça-feira.

"Não acontecerá nos próximos seis anos", frisou, referindo-se aos dois anos que restam de seu mandato atual somados aos eventuais outros quatro, se for reeleito em novembro de 2020.


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