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Estado de Minas

Bebês elefantes encontram carinho e uma nova vida nova em orfanato no Quênia


postado em 20/03/2019 10:25

Luggard tinha apenas cinco meses quando chegou ferido por duas balas, uma delas danificou seu fêmur posterior direito. Para o bebê elefante era difícil acompanhar o ritmo da manada no parque nacional de Tsavo, no Quênia.

"Já era muito tarde para uma cirurgia", conta Edwin Lusichi, chefe dos guardas do orfanato para elefantes do Fundo Sheldrick para a Fauna Selvagem (SWT) de Nairóbi, onde Luggard encontrou refúgio e se recupera de suas feridas.

O filhote de elefante, que atualmente tem três anos, manca em razão de sua pata deficiente, mas que não o impede de correr com entusiasmo todas as manhãs, com outros vinte companheiros órfãos, quando chega a hora da comida.

Os pequenos elefantes se apressam sobre as mamadeiras gigantes com uma mistura de leite em pó para humanos, água e vitaminas, uma receita desenvolvida pelo centro para substituir o leite materno.

Cada um dos elefantes do orfanato tem uma história única. "Quando os acolhemos, alguns tinham apenas alguns dias de vida", conta Kirsty Smith, administradora do SWT.

Larro, de 10 meses, é a elefanta mais jovem do centro. Quando a encontraram errava sozinha na reserva de Masai Mara, aparentemente após um violento encontro entre a sua família e moradores da região.

"Às vezes, os elefantes entram nas propriedades, nas fazendas. As pessoas batem neles para espantá-los e, durante o confronto, [os bebês] acabam separados de suas famílias", explica Lusichi.

Os filhotes de elefante não podem sobreviver sem suas mães. O desmame acontece entre os 5 e 10 anos, e só se tornam adultos aos 18.

- Cicatriz -

Um elefante pode viver até os 70 anos, mais muitos morrem de forma prematura.

Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a cada ano na África cerca de 20.000 elefantes são mortos, principalmente por caçadores atrás de suas presas de marfim.

O comércio ilegal de marfim é motivado pela demanda na Ásia e Oriente Médio, onde é usado na medicina tradicional e para ornamentação.

"Matam um elefante apenas por suas presas!", indigna-se Lusichi ao contar a história de Enkesha, de dois anos.

"Veja a sua trompa... Estava presa em uma armadilha", explica, indicando que a filhote quase perdeu esse membro, com o qual se comunicam, respiram e levam comida e água até a boca.

Agora, após uma longa reeducação, a jovem paquiderme consegue usar sua trompa - que tem uma impressionante cicatriz - quase normalmente

Os elefantes podem ficar até os três anos no orfanato, onde são alimentados a cada três horas e dormem em cercados individuais, cada um acompanhado por um guarda.

"É como passar a noite no quarto de um bebê humano", explica um deles, Julius Shivegha, de 43 anos.

"Devemos garantir que estão vem corbetos", conta.

Durante o dia, os guardas acompanham os jovens elefantes em passeios pela savana e preparam um banho de lama no qual adoram fazer bolhas com suas trompas.

- Mimos e futebol -

"Às vezes brincamos de futebol com eles", assegura Shivegha. "Às vezes lhes fazemos um mimo. Alguns tentam o tempo todo pegar nossas mãos ou usar nossos dedos como chupeta. Tudo isso nos aproxima muito deles [...] somos como suas mães".

Ao sair do orfanato, a maioria dos elefantes vai para um dos três centros de reintegração situados no parque nacional de Tsavo (sudeste), onde passam vários anos aprendendo a viver sem os humanos até serem capazes de se juntar a uma manada.

Para os elefantes deficientes, como Luggard, o DSWT criou um santuário na floresta de Kibwezi, perto do parque de Tsavo, lonha das residências humanas e onde a água e os alimentos são abundantes durante todo o ano.

Em 42 anos de existência, o SWT recebeu 230 elefantes, entre os quais mais de 120 vivem agora em liberdade e tiveram cerca de 30 filhotes, segundo Smith.


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