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Estado de Minas

Guardas penitenciários protestam após ataque de interno


postado em 06/03/2019 14:49

Os guardas penitenciários de 18 prisões francesas bloquearam, nesta quarta-feira, o acesso aos centros prisionais para protestar contra o ataque com faca a dois colegas por um prisioneiro radicalizado.

Dezenas de funcionários da prisão de segurança máxima de Conde-sur-Sarthe (norte), onde ocorreu o ataque que deixou dois guardas gravemente feridos, incendiaram pneus e paletes do lado de fora do centro.

No total, os guardas de 18 das 188 prisões do país juntaram-se aos protestos para denunciar os perigos a que estão expostos devido aos extremistas e ao avanço do islamismo radical dentro das prisões.

"Há tempos temos alertado que isso aconteceria", disse Emmanuel Guimarães, representante do sindicato Força Operária, em frente à prisão de Conde-sur-Sarthe.

Em janeiro de 2018, protestos foram organizados por três semanas, depois que um extremista feriu três guardas no norte da França.

O atacante de terça-feira é Michael Chiolo, de 27 anos, psicologicamente instável, convertido ao Islã e cumprindo uma sentença de 30 anos por crimes violentos. Ele ficou levemente ferido depois que a polícia invadiu sua cela, onde havia se trancado com sua namorada grávida depois de esfaquear os dois guardas com uma faca de cerâmica.

Sua companheira, suspeita de ter levado a faca para prisão, morreu.

O procurador Remy Heitz declarou que Chiolo queria "se vingar" pela morte de Cherif Chekatt, um extremista que matou cinco pessoas em Estrasburgo (nordeste) em dezembro, antes de ser morto pelas forças de segurança.

Ambos tinham compartilhado uma cela na prisão de Epinal, no leste da França, disse uma fonte de segurança à AFP.

Chiolo, de origem italiana e que teria se radicalizado na prisão, foi condenado por sequestrar em 2012 um sobrevivente de um campo de concentração de 89 anos em sua casa para roubá-lo. O senhor, que havia sido amordaçado, morreu sufocado.

Ao atacar os dois guardas, gritou "Allahu Akbar!" ("Deus é grande"), segundo o representante sindical Alassanne Sall.

A ministra da Justiça, Nicole Belloubet, reconheceu na quarta-feira "falhas" de segurança nas prisões, enquanto anunciou uma investigação sobre como Chiolo conseguiu a faca.

"Os visitantes devem ser revistados e se recusarem, devem ter acesso negado à prisão", declarou a ministra à rádio RMC.

Dos 70.000 presos na França, cerca de 500 foram condenados por terrorismo e cerca de 1.200 presos comuns são considerados "radicalizados".

Todos eles poderiam ser transferidos para alas de segurança máxima das prisões, disse Belloubet.

O primeiro "ataque jihadista" dentro de uma prisão na França ocorreu em setembro 2016, quando um marroquino preso por tentar viajar para a Síria atacou com uma faca dois guardas de segurança na prisão de Osny (noroeste de Paris), alegando agir em nome do grupo do Estado Islâmico.

A França sofreu uma série de ataques islâmicos desde 2015, que deixaram 251 mortos.


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