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Estado de Minas

Manifestações continuam na Argélia, apesar das promessas de Buteflika


postado em 05/03/2019 09:54

Milhares de estudantes de várias universidades em Argel voltaram às ruas, nesta terça-feira (5), para protestar contra a quinta candidatura do presidente Abdelaziz Bouteflika, apesar das promessas do chefe de Estado de reformar o país e não chegar ao final do seu mandato.

"Buteflika, não haverá um quinto mandato!", gritavam os estudantes, aplaudidos por transeuntes e ao som das buzinas dos carros.

Os alunos também se manifestavam em Oran e Constantine, segunda e terceira maiores cidades do país, bem como em vários outras localidades, de acordo com o site de notícias TSA, prova de que o descontentamento não tem diminuído.

Na capital, os manifestantes se organizaram através das redes sociais e se reuniram na praça em frente aos correios, um edifício emblemático no centro de Argel.

A polícia estava presente em grande número no centro da capital, uma vez que as manifestações estão proibidas desde 2001, mas nesta terça-feira não houve intervenção. Ela limitou-se a conter os alunos dentro de um perímetro.

Buteflika, de 82 anos, cuja saúde foi seriamente afetada em 2013 devido a um acidente vascular cerebral, é o alvo dos maiores protestos organizados na Argélia nos últimos 20 anos.

A mobilização começou em janeiro, depois que parentes de Buteflika anunciaram sua intenção de buscar um quinto mandato. Sua candidatura foi formalmente registrada no domingo perante o Conselho Constitucional.

No entanto, em uma tentativa de acalmar a tensão no país, Bouteflika garantiu que vai convocar novas eleições antes do final do seu quinto eventual mandato, depois de fazer aprovar um pacote de reformas.

Essas propostas, porém, não acalmaram a população, apesar do bloco presidencial garantir que respondiam "totalmente" às reivindicações dos manifestantes.

"Não! Simplesmente basta! Não entendeu a mensagem do povo? Será que vamos fazer com que entenda hoje [terça-feira] e ainda mais na sexta-feira?", declarou Selma, uma estudante de matemática, referindo-se aos dias de protestos.

Para Abderahman, 21 anos, aluno da Escola Superior de Informática, Buteflika "quer mais um ano, mas nós não queremos nem mais um segundo".

O enorme campus de Bab Ezzouar, a 8 km do centro da capital, está totalmente deserto, de acordo com um professor à AFP. "Há uma greve estudantil maciça. Desde a greve estudantil de 1980 eu não via nada como isso", exclamou.

Professores universitários estão atualmente reunidos para decidir se também vão aderir a uma greve.

A Ordem dos Advogados da cidade de Bejaia, 180 km a leste de Argel, pediu a seus membros que cessassem suas atividades, assim como fizeram seus colegas em Constantino.

"Sua saúde é insuficiente para este mandato", indicava a faixa de um manifestante na capital, dirigida ao presidente Bouteflika, hospitalizado na Suíça há dez dias, oficialmente para "exames médicos periódicos". Seu retorno ao país ainda não foi anunciado.


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