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Estado de Minas

Novas manifestações na Argélia, à espera de registro de candidatura de Bouteflika


postado em 03/03/2019 11:05

Estudantes manifestavam, neste domingo (3), em toda a Argélia, a poucas horas para o fim do prazo de registro da candidatura a um quinto mandato do presidente Abdelaziz Buteflika, o que desencadeou uma onda de protestos sem precedentes em duas décadas.

Pessoas próximas ao presidente anunciaram que a candidatura seria registrada no Conselho Eleitoral antes do encerramento do prazo legal, até a meia-noite deste domingo (20H00 no horário de Brasília).

Desde que o governo anunciou a intenção de Bouteflika de lutar pelo quinto mandato, a Argélia tem sido sacudida por protestos com dezenas de milhares de pessoas nas ruas.

Neste domingo, no centro da capiral Argel, centenas de estudantes saíram às ruas gritando "fora Bouteflika!".

Apesar dos protestos, o governo não parece disposto a recuar sob a pressão das ruas.

"Aqueles que condicionaram sua participação à retirada da candidatura do presidente (...) sem o menor escrúpulo ou respeito pelas regras da competição política na democracia (...) ficarão desapontados", disse neste domingo em um editorial o jornal El Mudjahid, órgão oficial de imprensa do governo.

No sábado, Buteflika publicou seu patrimônio, conforme exigido pela atual lei eleitoral para o registro de candidaturas.

No entanto, surpreendeu a todos ao demitir seu chefe de campanha, Abdelmalek Sellal, de 70 anos, um aliado de muitos anos, que foi substituído por Abdelghani Zaalane, atual ministro dos Transportes.

Neste contexto político, Sellal parece ter sido usado como um "fusível" para tentar acalmar os protestos contra uma nova candidatura presidencial de Bouteflika.

Sellal estava muito exposto devido a ausência física do presidente, que desde que sofreu um derrame em 2013 não aparece em público, e atualmente está hospitalizado em Genebra.

A data de retorno de Bouteflika à Argélia não foi anunciada, enquanto o Conselho Constitucional conta os minutos restantes para registrar a candidatura.

Em seu site oficial, o Conselho Constitucional declara que o registro de candidatura "deve ser apresentado pelo candidato", mas não menciona qualquer obrigação legal para o aspirante compareça pessoalmente, abrindo assim a possibilidade para o simples envio da documentação.

Neste domingo, um importante esquema de segurança foi montado em torno do Conselho, com o trânsito de veículos interrompido nas proximidades, observou um jornalista da AFP.

O general da reserva Ali Ghediri, que surgiu na cena política argelina em 2018 com a promessa de "mudança", apresentou esta manhã a sua candidatura.

Ghediri é o sexto candidato a candidatar-se, depois de cinco candidatos de pequenos partidos.

O empresário Rashid Nekkaz, onipresente nas redes sociais e que atrai jovens entusiastas em seus atos públicos, deve ir ao Conselho Constitucional na parte da tarde.

No entanto, Nakkaz tem um problema quase intransponível: apesar de ter renunciado definitivamente à sua cidadania francesa, a lei eleitoral determina que um candidato presidencial "nunca deve ter tido outra nacionalidade que a argelina".


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