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Estado de Minas

A queda de braço entre Maduro e Guaidó na Venezuela


postado em 22/02/2019 18:01

Dois presidentes, um que defende a entrada de ajuda humanitária, outro que age como se estivesse seguindo um "roteiro de filme de Hollywood". A Venezuela se tornou o país das passeatas a favor e contra, dos ataques e contra-ataques entre a oposição liderada por Juan Guaidó e o governo de Nicolás Maduro.

- Dois presidentes -

Herdeiro político do falecido Hugo Chávez (que está à frente do país entre 1999 e 2013), Maduro foi reeleito em maio de 2018 para mais um mandato de seis anos após um conturbado pleito, boicotado pela oposição por considerá-lo "fraudulento". Ao iniciar o novo período no cargo em 10 de janeiro passado, a legitimidade do governo não foi reconhecida por vários países.

Cinco dias após a cerimônia de posse, o Parlamento venezuelano, controlado pela oposição e presidido por Guaidó, acusou o dirigente de "usurpar" a presidência.

No dia 23 de janeiro, durante uma grande manifestação em Caracas, o parlamentar de 35 anos se autoproclamou presidente interino e foi reconhecido no cargo por 50 países.

Desde então, o jovem engenheiro lidera a oposição defendendo três bandeiras: transparência, governo de transição e eleições livres.

- Dois Parlamentos -

Nas eleições parlamentares de dezembro de 2015, a oposição encerrou a hegemonia chavista no Congresso ao obter as maiorias absoluta e qualificada.

Mas em janeiro de 2016, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), composto em sua maioria por confessos militantes chavistas, declarou "desacato" e nulas decisões do Legislativo.

Em agosto de 2017, após quatro meses de protestos que deixaram 125 mortos, uma nova Assembleia Constituinte foi eleita, composta unicamente por partidários do governo e num processo questionado pela oposição.

- Dois tribunais supremos -

O Legislativo indicou em julho de 2017 magistrados para um novo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), mas eles se exilaram na Colômbia e Estados Unidos de onde emitiram várias decisões que não foram acatadas.

A Corte Suprema, presidida por un colaborador de Maduro, continua administrando a justiça, detendo opositores e anulando cada decisão legislativa.

- Dois ministérios públicos -

Ao iniciar os trabalhos em 5 de agosto de 2017, a primeira decisão tomada pela Constituinte foi destituir a promotora geral Luisa Ortega, que havia rompido com Maduro ao denunciar a existência de uma ruptura da ordem constitucional. Substituída pelo chavista Tarek William Saab, Ortega vive na Colômbia e afirma que segue no cargo.

- Dois corpos diplomáticos -

Guaidó nomeou uma dezena de representantes diplomáticos, entre eles o encarregado de negócios nos Estados Unidos, nação com a qual o governo Maduro rompeu relações.

Assim como em outras áreas administrativas, as sedes diplomáticas seguem sob controle dos representantes do presidente.

- Duas ajudas humanitárias -

Em um novo ato de confronto, Guaidó prometeu para o próximo sábado a entrada de toneladas alimentos e remédios doados como ajuda humanitária e que encontram-se armazenados na Colômbia, Brasil e Curaçao.

Apesar da escassez de comida no país, Maduro se recusa a aceitar este apoio argumentando que é um "show" e um primeiro passo para uma tentativa de uma invasão militar dos Estados Unidos. Como resposta ao desabastecimento que atinge o país, disse ter comprado cerca de mil toneladas de remédios da China, Cuba e Rússia.

- Dois shows beneficentes

Nesta sexta-feira, o bilionáro britânico Richard Branson organizou o show "Venezuela Aid Live" em Cúcuta (Colômbia) para arrecadar 100 milhões de dólares. Em resposta, o governo venezuelano anunciou para este fim de semana o evento 'Hands off Venezuela' ('Tirem as mãos da Venezuela'). As apresentações serão realizadas em palcos instalados nos dois extremos de uma ponte na fronteira com a Colômbia para impedir a entrada da ajuda humanitária pelo local.

- Duas passeatas

Para pressionar as Forças Armadas, principal braço de sustentação de Maduro, para que permita a entrada da assistência, Guaidó convocou manifestações este sábado em todo país.

Como resposta, o governo informou que vai realizar atos em defesa da revolução e contra a agressão dos Estados Unidos" para o mesmo dia.


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