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Estado de Minas

Cuba sai em defesa da Venezuela, seu aliado mais próximo


postado em 20/02/2019 16:12

"Tirem as mãos da Venezuela": preocupada com a situação do governo de Nicolás Maduro, seu maior aliado na região, Cuba está realizando uma mobilização maciça para tentar unir a comunidade internacional contra pressão "brutal" de Washington.

Nos últimos dias, convocou seus soldados, trabalhadores e estudantes para assinarem declarações de apoio ao líder socialista, atividades transmitidas diariamente nos últimos dias pela televisão estatal.

Também fez um discurso duro em resposta às advertências do presidente Donald Trump, que prevê o fim do socialismo, em uma troca de mensagens que lembra os cenários da Guerra Fria.

"A ação dos Estados Unidos é intervencionista, de atacar e invadir um país", disse o tenente-coronel do Exército, Ignacio Ariosa, em uma cerimônia em um quartel em Matanzas, a leste da capital.

"A Venezuela nunca estará sozinha": resumiu na terça-feira o jornal oficial Granma.

A pressão da comunidade internacional, com os Estados Unidos na liderança, aumenta em relação à Venezuela. Trump apoia a oposição Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino daquele país.

Nas redes sociais, as autoridades cubanas lançaram a hashtag #ManosfueradeVenezuela, a mesma que também é mostrada nos principais noticiários de televisão de Cuba, juntamente com a bandeira venezuelana.

"Acho que eles estão extremamente preocupados" em "perder um grande aliado" se Maduro deixar o cargo, disse Michael Shifter, presidente do think tank Diálogo Interamericano em Washington.

Desde o início da década de 2000, Caracas forneceu petróleo a Cuba com tarifas preferenciais e apoio econômico. Em troca, Havana envia milhares de médicos, treinadores esportivos e assessores militares.

"Embora a Venezuela esteja em uma crise muito profunda e as entregas de petróleo para Cuba tenham diminuído (em 40% desde 2014), continua sendo alguma coisa, e isso seria completamente perdido", disse Shifter.

Isso complicaria a economia cubana já deteriorada, com um crescimento de apenas 1% e muitas dificuldades.

- "Enorme preocupação" -

"Em segundo lugar, há a ameaça de os EUA irem a Cuba depois da Venezuela" para impor mais sanções à ilha que já está sob o embargo americano desde 1962, disse Shifter.

Vários embaixadores sediados em Cuba e entrevistados pela AFP confirmam esse nervosismo e dizem que se surpreenderam por terem sido convocados duas vezes em três semanas para uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, algo muito incomum para eles.

O ministro "comentou-nos a enorme preocupação que Cuba tem por uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela" e "disse que temos uma responsabilidade com a história", disse um diplomata que participou das duas reuniões.

O que é Havana mais teme é que essa possível intervenção seja aprovada pela ONU, segunda uma outra fonte diplomática. O precedente frequentemente citado pelas autoridades cubanas é o da guerra no Iraque em 2003.

"O governo dos Estados Unidos continua a pressionar os Estados membros do Conselho de Segurança da ONU para forçar a adoção de uma resolução que seria um prelúdio para a ajuda humanitária", um "pretexto" para "agressão militar", disse Bruno Rodríguez na terça-feira em uma coletiva de imprensa.

Essa reaproximação histórica entre Havana e Washington, que reabriu suas respectivas embaixadas em 2015, parece distante: na segunda-feira, Donald Trump considerou que "os dias do comunismo estão contados na Venezuela, e também na Nicarágua e em Cuba", três países designados como "a troika da tirania" pelo governo americano.

O chanceler cubano respondeu duramente, denunciando o "governo amoral" de Trump, sua "linguagem de ódio e divisão" e seu "anticomunismo extremo, visceral, ultrapassado e essencialmente antigo, ancorado na Guerra Fria".

Ele considerou uma "calúnia" e uma acusação "infame" a de que "Cuba tem um exército particular na Venezuela", enquanto vários especialistas mencionam regularmente a presença de cubanos nos círculos mais altos das forças armadas e de segurança venezuelanas.


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