(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Netanyahu tenta salvar as aparências depois da crise com a Polônia


postado em 19/02/2019 16:07

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tentou salvar as aparências após o cancelamento de uma cúpula com os países da Europa Central, que se seguiu a um desentendimento com a Polônia sobre o Holocausto, encontrando os líderes dos três países restantes: Hungria, Eslováquia e República Tcheca.

Os países do grupo Visegrado realizariam este encontro em Israel, o primeiro fora da Europa, tendo Netanyahu como anfitrião.

O primeiro-ministro israelense foi convidado em julho de 2017 para participar de uma cúpula do grupo em Budapeste e nela foi definida uma nova cúpula, com Netanyahu, em 2018, que acabou sendo adiada por um ano.

Junto ao eslovaco Peter Pellegrini, Netanyahu aparentemente não se sentiu desconfortável com os acontecimentos dos últimos dias.

Ao mesmo tempo, Varsóvia deixou claro que ainda estava esperando um pedido de desculpas do governo israelense depois de suas acusações de antissemitismo feitas em público.

A cúpula, que deveria ter sido uma conquista diplomática para Israel, acabou tornando-se uma fonte de dores de cabeça.

A reunião foi substituída por discussões bilaterais e um almoço compartilhado pelos chefes de governo presentes, o que levanta questões sobre o momento em que a polêmica irrompe, seus eventuais motivos eleitorais dois meses antes das eleições legislativas em Israel e, mais adiante, a estratégia israelense para a União Europeia (UE).

- Racistas e inaceitáveis -

A Polônia se retirou da cúpula após acusações de antissemitismo lançadas pelo novo ministro das Relações Exteriores israelense.

"As palavras do ministro das Relações Exteriores de Israel são racistas e inaceitáveis", declarou o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki.

O recém-nomeado ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse ao jornal i24 News, no domingo, que "muitos poloneses colaboraram com os nazistas e, como disse (o ex-primeiro-ministro israelense) Yitzhak Shamir, 'os poloneses sugam o antissemitismo com o leite materno'".

Essa tensão entre a Polônia e Israel começou na semana passada com declarações de Benjamin Netanyahu citadas na imprensa de seu país sobre o papel dos poloneses no Holocausto.

Varsóvia anunciou que Morawiecki não iria a Israel para a reunião do grupo Visegrado e seria substituído por seu ministro das Relações Exteriores.

A Polônia reagiu assim às declarações de Netanyahu, que disse que a imprensa de seu país tinha deturpado suas observações sobre a responsabilidade de poloneses em crimes nazistas contra os judeus.

Conversando com jornalistas israelenses que o acompanhavam a Varsóvia para uma conferência sobre o Oriente Médio, Netanyahu "falou sobre poloneses, não sobre o povo polonês ou sobre a Polônia", explicou seu gabinete.

A imprensa israelense relatou de diferentes formas as palavras ditas por Netanyahu, e os serviços do governo de Israel não especificaram a qual versão estavam se referindo.

Comentaristas poloneses apontaram que as declarações israelenses foram feitas no contexto de uma campanha eleitoral em Israel.

No ano passado as relações entre os dois países também foram abaladas por uma polêmica lei polonesa, percebida em Israel e nos Estados Unidos como uma tentativa implícita de evitar que sobreviventes do Holocausto falassem dos crimes dos poloneses contra eles.

A Polônia acabou por emendar esta lei, destinada, a seu ver, a defender a imagem do país e dos poloneses durante a Segunda Guerra Mundial.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)