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Estado de Minas

Dividendos alcançam níveis recorde em 2018, apesar de crise nos mercados


postado em 18/02/2019 15:50

Os dividendos dos acionistas alcançaram níveis recordes em 2018 no mundo, graças à boa saúde das empresas e apesar da crise nos mercados no fim do ano, segundo estudo publicado nesta segunda-feira.

"Ignorando o fortalecimento da volatilidade", os dividendos aumentaram 9,3%, a 1,37 trilhão de dólares, no ano passado, segundo estudo do gestor de ativos britânico Janus Henderson Global Investors.

"É um pouco contra-intuitivo no contexto da forte queda dos mercados em 2018, mas os dividendos são uma parcela dos lucros destinada aos acionistas, e foi um bom ano no setor, sobretudo para as empresas americanas", disse à AFP Vincent Juvyns, analista da JPMorgan AM.

"Os setores de mineração, petroleiro e bancário normalizaram seus pagamentos de dividendos", após um período de lucros "fracos, ou até inexistentes", explicou Ben Lofthouse, diretor de gestão de ações internacionais de alto rendimento na Janus Henderson.

"Algumas grandes companhias tecnológicas adotam cada vez mais uma cultura de pagamento de dividendos", acrescentou Lofthouse, afirmando que "a incidência das reduções de impostos nos Estados Unidos também ajudaram no crescimento dos dividendos".

Além disso, segundo Juvyns, "quando as perspectivas são mais incertas e as cotações na bolsa se veem abaladas, as empresas têm tendência a redistribuir parte de seus lucros para garantir a fidelidade dos investidores e poder contar com eles em caso de necessidade".

- EUA e Japão no topo -

Sem levar em conta dividendos excepcionais, "os países emergentes, a América do Norte e o Japão alcançaram os melhores resultados, diferente da Europa, que continua atrás", informa o estudo, que analisa os dividendos de 1.200 empresas mais importantes em capitalização na Bolsa em 31 de dezembro de 2018.

Por país, os EUA estão na liderança. com 468,9 bilhões de dólares em dividendos. É seguido por Reino Unido (99,5 bilhões), Japão (79,1 bi) e França (63,1 bi).

Janus Henderson acha ainda que os dividendos crescerão 3,3% em 2019, a 1,414 trilhão de dólares.

"Se levarmos em conta as bases da economia e das empresas, que estão diminuindo significativamente, os dividendos deveriam desacelerar, mas continuar sendo positivos", afirma Florence Barjou, diretor de gestão diversificada na Lyxor AM.

A petroleira Royal Dutch Shell foi, pelo terceiro ano seguido, a empresa que mais repartiu dividendos, seguida pela Apple e pela Exxon Mobil.

Na França, a primeira empresa na lista é a Total, em 18º. O grupo informou a seus acionistas que mais da metade de seus lucros serão destinados a investimentos, e os dividendos são a menor parte, após impostos e participação dos funcionários.

A questão dos dividendos é muito sensível na França, em plena crise social provocada pelo movimento dos "coletes amarelos", e foram criticados pela ONG Oxfam, que em maio denunciou os "lucros não compartilhados" das companhias do CAC 40 - principal índice da bolsa do país.


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