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Estado de Minas

Começa nesta segunda na França julgamento do 'Air Cocaine'

Com 11 acusados, caso finalmente chega aos tribunais; depoimentos dos pilotos são os mais aguardados


postado em 17/02/2019 11:30 / atualizado em 17/02/2019 11:31

(foto: Erika Santelices/AFP)
(foto: Erika Santelices/AFP)

Centenas de quilos de cocaína, ex-pilotos de combate voando em um jato privado, uma fuga rocambolesca da República Dominicana e 11 acusados: o caso "Air Cocaine" chega aos tribunais franceses nesta segunda-feira, seis anos depois de uma captura espetacular no aeroporto de Punta Cana.

O julgamento será realizado de 18 de fevereiro a 5 de abril, na cidade francesa de Aix-en-Provence. Para este caso de tráfico internacional de drogas, não haverá júri, e sim uma corte especial, composta por cinco magistrados.

Réus

Nove pessoas irão se sentar no banco dos réus, e algumas poderão pegar até 30 anos de prisão. Seis anos após a apreensão de 680 quilos de cocaína, os envolvidos poderão se explicar.

O caso ocorreu na madrugada de 20 de março de 2013, na pista do aeroporto de Punta Cana, quando a polícia dominicana descobriu 26 malas com drogas a bordo de um Falcon 50 alugado. O jato estava prestes a decolar para a França, via Açores.

Quatro franceses, os pilotos Bruno Odos e Pascal Fauret e os passageiros Nicolas Pisapia e Alain Castany, foram detidos no aeroporto. Apesar de negarem envolvimento no tráfico, foram condenados pela Justiça dominicana, em 2015, a 20 anos de prisão.

Desde então, seus caminhos se separaram. Os pilotos conseguiram fugir clandestinamente para a França, pelo mar. Os interrogatórios destes dois ex-membros da força aeronaval e da Força Aérea, que não possuem antecedentes criminais, são os mais aguardados entre a centena de depoimentos e audiências de especialistas programada para as sete semanas de julgamento.


Cartéis mexicanos

Alain Castany foi repatriado para a França por via legal, por motivo de saúde. Nicolas Pisapia é o único que permanece na República Dominicana, sob controle judicial e com proibição de deixar a ilha. Ambos serão julgados posteriormente.

Além do voo interceptado em Punta Cana, as autoridades investigam duas viagens transatlânticas realizadas quatro meses antes. O "comportamento suspeito" dos passageiros do Falcon 50 havia intrigado a polícia francesa depois do primeiro destes voos, no discreto aeroporto de Saint-Tropez-La Mole, no famoso balneário da Costa Azul francesa.Uma dezena de malas foram descarregadas discretamente e colocadas em dois carros, sob o olhar cúmplice do agente alfandegário François-Xavier Manchet, também acusado.


Os investigadores acreditam que no topo da pirâmide estava Ali Bouchareb, 47, traficante francês condenado por tráfico de cocaína, que teria pago "centenas de milhares de euros" para organizar os voos. Embora negue envolvimento no caso, os investigadores consideram possível que ele estivesse na cabeça desta rede criminosa de importação de cocaína produzida pelos cartéis mexicanos. Bouchareb, que, por muito tempo, foi protegido pelo silêncio dos outros réus, é o único que está em prisão provisória. Ele foi detido pela polícia espanhola no fim de 2014.


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