O governo espanhol, que busca exumar o ditador Francisco Franco de seu mausoléu, lançou nesta sexta-feira um ultimato de quinze dias para que a família escolha um lugar alternativo para seu novo sepultamento, ou então o governo decidirá.
"Há um período de 15 dias que foi concedido à família para que possa decidir onde quer sepultar os restos mortais do ditador", declarou a ministra da Justiça, Dolores Delgado.
Se os descendentes de Franco, que governou a Espanha com mão de ferro de 1939 até sua morte em 1975, não decidirem um lugar ou não responderem ao ultimato, o governo escolherá o local, explicou.
O governo socialista de Pedro Sánchez, que convocou nesta sexta-feira eleições legislativas antecipadas para 28 de abril, fez a exumação de Franco do monumental mausoléu no Vale dos Caídos, cerca de 50 km a noroeste de Madri.
Mas o processo foi atrasado por obstáculos, principalmente devido à oposição dos sete netos do ditador, vencedor da guerra civil espanhola (1936-39).
Seus descendentes querem que, quando os restos do ditador deixarem o mausoléu, sejam enviados para a catedral de Almudena, no coração de Madri, onde a filha de Franco está enterrada em uma cripta privada.
Mas essa opção foi descartada pelo governo espanhol, que quer sepultá-lo em um lugar mais discreto. Por isso, pediu à família que procurasse um lugar alternativo.
A família ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal, o que poderia suspender o processo.