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Estado de Minas

Embaixador do papa na França investigado por assédio sexual


postado em 15/02/2019 13:13

O núncio apostólico (embaixador do papa) na França, Luigi Ventura é alvo de uma investigação por "agressão sexual" depois que um funcionário da prefeitura de Paris denunciou que o prelado de 74 anos o "apalpou várias vezes" durante uma cerimônia oficial.

Este caso vem à tona num momento em que a Igreja Católica se depara em vários países do mundo com múltiplos escândalos de abuso sexual que mancham sua imagem.

Um processo foi aberto em 24 de janeiro pela Procuradoria de Paris, segundo confirmou uma fonte judicial nesta sexta-feira, após a notícia ser dada pelo jornal Le Monde.

A prefeitura de Paris informou na véspera à promotoria que, de acordo com o artigo 40 do Código Penal, um funcionário municipal queixou-se de repetidos toques por parte prelado italiano durante uma cerimônia na prefeitura, em 17 de janeiro.

"Houve um incidente durante uma cerimônia de Ano Novo, na saudação das autoridades diplomáticas, e logo foi tomada a decisão de notificar o procurador da República", disse Patrick Klugman, vice-prefeito encarregado das relações internacionais.

"Durante esta saudação, um funcionário da prefeitura foi repetidamente vítima, três vezes, de manuseios sexuais bastante atrevidos, um aperto firme nas nádegas, e um diante de uma testemunha", segundo informou um funcionário da prefeitura à AFP.

O funcionário de 30 anos fez uma reclamação a seus superiores hierárquicos, que transmitiram sua acusações à justiça. Ele trabalha na Delegação Geral para Relações Internacionais (DGRI) da prefeitura.

"A nunciatura não tem nada a declarar", afirmou a nunciatura contada pela AFP.

Em Roma, a Santa Sé limitou-se a dizer que estava ciente da abertura da investigação.

"Aguardamos as conclusões da investigação", disse o porta-voz do Vaticano Alessandro Gisotti.

- Imunidade -

Diplomata de carreira do Vaticano, Dom Ventura trabalha desde 2009 em Paris, e é encarregado das relações da Santa Sé com as autoridades francesas, de um lado, e com os bispos da França, de outro.

Em seu cargo, o bispo Ventura goza de imunidade diplomática.

Doutor em letras modernas e licenciado em lei canônica, entrou no serviço diplomático da Santa Sé em 1978.

Trabalhou na nunciatura no Brasil, Bolívia e Reino Unido, antes de ser nomeado em 1995 assessor do Secretário de Estado, a serviço das relações entre a Santa Sé e os Estados.

Mais tarde, foi enviado por João Paulo II como núncio apostólico na Costa do Marfim, Burkina Faso e Níger (1995), Chile (1999) e Canadá (2001), antes de ser nomeado para a capital francesa.

A revelação em 2018 dos enormes escândalos de pedofilia dentro da Igreja nos Estados Unidos, no Chile, na Alemanha, entre outros países, abalou profundamente a credibilidade da Igreja Católica.

O papa Francisco, que pediu "tolerância zero" nesses casos, prometeu que seria intransigente com a hierarquia eclesiástica.

O papa argentino convocou uma reunião crucial de 21 a 24 de fevereiro, que reunirá os presidentes das confederações episcopais de todo o mundo no Vaticano para discutir a luta contra os abusos sexuais cometidos por membros do clero.


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