A Turquia pode estabelecer uma "zona de segurança" no norte da Síria por seus próprios meios, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, nesta quinta-feira.
"Podemos criar essa zona e tomar as medidas necessárias", disse Cavusoglu em declarações à rede de televisão A-Haber.
Em meados de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs a criação de uma "zona de segurança" de 30 quilômetros na Síria, uma iniciativa que a Turquia apoia.
Ancara justifica a criação desta "zona de segurança" devido a sua necessidade de remover as Unidades de Proteção Popular (YPG) da fronteira, uma milícia curda que o governo descreve como terrorista, e do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
No entanto, as YPGs, que controlam grande parte do território do norte da Síria e são aliados dos Estados Unidos na luta contra o EI, se opõem a essa proposta.
A Rússia, um dos principais protagonistas do conflito sírio que dura desde 2011, propõe que, após a retirada das tropas americanas, o norte da Síria volte a ficar sob o controle do governo de Bashar al-Assad.
No entanto, Cavusoglu insistiu nesta quinta-feira que Bashar al-Assad "não pode unificar a Síria ou continuar a governar o país como se nada tivesse acontecido".
O ministro também anunciou que o enviado especial para a coalizão antijihadista internacional, James Jeffrey, deve se reunir com autoridades turcas em Ancara.
No domingo passado, durante uma conversa telefônica, Trump e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan concordaram em acelerar as discussões entre os generais de ambos os países para a criação dessa "zona de segurança".
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