Uma caravana de cerca de 200 salvadorenhos, com casacos e poucas provisões, partiu nesta quarta-feira de San Salvador com a intenção de chegar aos Estados Unidos por terra.
Os migrantes saíram caminhando no início da manhã em direção a praça El Salvador del Mundo, oeste de San Salvador, vigiados pela polícia.
Em outubro passado, as primeiras caravanas compostas por pouco mais de 3.000 salvadorenhos também iniciaram sua jornada.
"Decidimos viajar por morarmos em uma área de insegurança, de desconfiança das pessoas e por não conseguirmos trabalho", declarou Franklin Martinez, de 34 anos, acompanhado de sua namorada e da filha do casal, Camila, de dois anos.
Martínez tentou sobreviver transportando pessoas em um micro-ônibus "pirata" quando não encontrou trabalho formal, mas desistiu das "multas constantes" impostas pela polícia.
Jonathan Ramos, 30 anos, por sua vez, disse que "sua primeira opção" é chegar aos Estados Unidos, mas se esse objetivo não for possível, ele permanecerá no México, já que o país oferece vistos de trabalho.
A vice-ministra das Relações Exteriores salvadorenha, Liduvina Magarín, que compareceu à praça El Salvador del Mundo para falar com os migrantes, alertou que eles estão realizando "uma jornada mais perigosa que podem imaginar", por causa do tráfico de pessoas e outros crimes aos quais ficarão expostos.
"Fico impactada com o fato que eles levem filhos, sabemos o que sofrerão", declarou Magarín.
"A responsabilidade é muito grande por parte dos adultos de levar seus filhos,não deveriam fazer isso", acrescentou.
Ao sair de San Salvador, a caravana pegou a avenida Monsenhor Óscar Arnulfo Romero em direção à fronteira com a Guatemala.
Apesar das advertências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de não permitir a migração irregular, a caravana de salvadorenhos se junta a outros cerca de mil hondurenhos que partiram na terça-feira de San Pedro Sula.
Segundo Trump, a nova caravana hondurenha será a maior de todas.
Pelas redes sociais, pessoas anônimas convocaram a "Caravana migrante de 15 de janeiro", que partiu da rodoviária de San Pedro Sula, a segunda maior cidade de Honduras.
Dois grupos, com cerca de 500 pessoas cada, seguiram para Agua Caliente (noroeste), na fronteira com a Guatemala e na rota para se chegar aos Estados Unidos.
A maioria dos emigrantes é formada por homens jovens, e também há adultos, mulheres e crianças, algumas de colo.
Centenas de emigrantes conseguiram cruzar a fronteira para a Guatemala, após romper um cordão da polícia com cerca de 150 agentes.
A vice-chanceler de Honduras, Nelly Jeréz, informou que 60 menores foram impedidos de sair do país pela fronteira com a Guatemala no trecho de Agua Caliente, incluindo dez crianças desacompanhadas.
Cerca de 13.000 hondurenhos partiram nessas caravanas, das quais 7.270 retornaram ao país, segundo a chancelaria hondurenha. Onze hondurenhos morreram na empreitada.
Segundo as autoridades de Honduras no México, há cerca de 2.500 hondurenhos em albergues no território mexicano, e apenas 3% deste contingente têm chances de entrar nos Estados Unidos.