Jornal Estado de Minas

Operários são demitidos após greves em fábricas têxteis em Bangladesh

Centenas de pessoas foram demitidas de fábricas têxteis que produzem para marcas ocidentais em Bangladesh após fazerem greves para pedir salários melhores, disse a polícia nesta quarta-feira (16).

Depois de uma semana de protestos e confrontos violentos, que provocaram cortes de produção em vários estabelecimentos, a situação ficou mais calma nesta segunda devido a um acordo do governo para elevar os salários.

Contudo, muitos funcionários voltaram no trabalho nesta quarta e descobriram que foram demitidos.

Um líder sindical afirmou que pelo menos 750 trabalhadores de diversas empresas de Ashulia encontraram a notificação de sua demissão com suas fotos coladas nas portas das fábricas.

"É injusto. Os donos fazem isso para gerar um clima de medo e para que ninguém se atreva a protestar ou exigir um salário justo", acrescentou o líder sindical, que pediu anonimato.

"A polícia disse para eu não provocar problemas. Senão, vou desaparecer", acrescentou.

Segundo a polícia e o diretor de uma das fábricas, 400 pessoas foram demitidas por prejudicar as instalações durante os protestos. Metade delas trabalham em uma fábrica de Ashulia chamada Metro Knitting and Dyeing.

O gerente da Metro Knitting, Atiqul Islam, explicou à AFP que a empresa denunciou quase 300 trabalhadores à polícia por destruir computadores e câmeras da fábrica.

A polícia confirmou a prisão de 12 pessoas por atos de vandalismo.

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