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Estado de Minas

Cerca de 800 mil funcionários dos EUA deixam de receber salário por 'shutdown' do governo

Se antes da meia-noite desta sexta não houver acordo, este "shutdown" será o mais longo da História, superando os 21 dias de outra paralisação orçamentária ocorrida entre 1995 e 1996 durante o mandato de Bill Clinton


postado em 11/01/2019 16:13 / atualizado em 11/01/2019 16:56

(foto: AFP / SAUL LOEB )
(foto: AFP / SAUL LOEB )

Os cerca de 800 mil funcionários federais americanos afetados pelo fechamento do governo não receberão seus salários pela primeira vez nesta sexta-feira, enquanto o presidente Donald Trump ameaça recorrer a um procedimento excepcional para financiar seu projeto de erguer um muro na fronteira com o México.


No 21º dia de "shutdown", que afeta parte das administrações, não parece haver avanços nas negociações entre Trump - que quer destinar 5,7 bilhões de dólares para cumprir sua promessa de campanha - e a oposição democrata no Congresso - que se nega a liberar esses fundos para financiar uma obra que considera "imoral", cara e ineficaz para combater a imigração ilegal.


Se antes da meia-noite desta sexta não houver acordo, este "shutdown" será o mais longo da História, superando os 21 dias de outra paralisação orçamentária ocorrida entre 1995 e 1996 durante o mandato de Bill Clinton.


Enquanto isso, cerca de 800.000 funcionários públicos de vários departamentos e agências federais não receberam o seu salário nesta sexta-feira. A maioria deles recebe a cada quinzena e, por isso, o pagamento foi feito no final de dezembro.


Para metade dos funcionários, considerados "não essenciais", foi dada uma licença sem salário, enquanto a outra metade se retirou temporariamente.


O "shutdown" atinge vários deparamentos fundamentais, como os de Segurança Nacional (DHS), Justiça e Transporte. "Mais de 200.000 funcionários do DHS - encarregados de proteger o nosso espaço aéreo, nossas vias fluviais e nossas fronteiras - não receberão o seu salário enquanto trabalham", denunciou Bennie Thompson, presidente democrata da Comissão para a Segurança Nacional da Câmara de Representantes.


Os principais sindicatos do transporte aéreo, entre eles os de pilotos, tripulação e controladores aéreos, denunciaram na quinta-feira que a situação está piorando, e advertiram sobre o risco que isso supõe para a segurança do país.


Cerca de 2.000 funcionários se manifestaram na quinta-feira em Washington para mostrar a sua inquietação pela deterioração de suas condições de vida.


FEITOS REFÉNS 


"Temos contas a pagar. Temos que pagar nossas hipotecas", se queixou à AFP Anthony, um funcionário público da Guarda Costeira.


"Sempre tive o salário mais alto em casa e os tempos são difíceis agora que o dinheiro não chega. Felizmente temos algumas economias para sobreviver, mas não durarão muito", explicou. Nós, funcionários, fomos "feitos reféns" pelo presidente, acrescentou.


Ao longo do país são organizadas iniciativas privas e públicas, como distribuição gratuita de comida e feiras de emprego para funcionários tecnicamente desempregados.


O "shutdown" afeta também os recém-casados, que não podem legalizar a sua união pela falta de funcionários federais.


Diante de um panorama nada encantador no Congresso, Trump ameaçou recorrer a um procedimento de "emergência nacional". "Se não chegarmos a um acordo, o mais provável é que eu faça o que disse que faria", afirmou na quinta-feira ao canal Fox News, à margem de uma visita à colônia McAllen, na fronteira com o México.


"Temos o direito absoluto de declarar uma emergência nacional, é um problema de segurança", argumentou o bilionário republicano.


Mas este mecanismo que concede ao presidente poderes extraordinários acabaria, previsivelmente, nos tribunais, uma situação que agravaria ainda mais a crise política.


A Casa Branca planeja desviar os fundos de ajuda de emergência para áreas devastadas por desastres naturais, como Porto Rico, para financiar a construção do muro fronteiriço, segundo publicações da mídia americana.


Uma paralisação prolongada do governo federal "teria um efeito considerável" na maior economia do mundo, advertiu o chefe do Federel Reserve (Fed), Jerome Powell.


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