A justiça equatoriana rejeitou uma ação de proteção que buscava a nulidade do processo que condenou o ex-vice-presidente Jorge Glas a seis anos de prisão por receber propina da Odebrecht, informou a Procuradoria Geral da República na sexta-feira (14).
A ação de proteção, que é aplicada quando há violação dos direitos constitucionais, foi "rejeitada pelo juiz competente" em audiência realizada na quinta-feira em Quito, informou o órgão que defende os interesses do Estado.
Esse recurso foi feito por um grupo de simpatizantes de Glas, que passou um ano na prisão e na última terça-feira anunciou no Twitter que suspendeu uma greve de fome que vinha realizando há 52 dias devido a sua mudança de prisão.
"Pediram a nulidade do processo criminal por associação ilícita contra o engenheiro Jorge Glas Espinel e solicitaram sua restituição ao cargo de vice-presidente da República", afirmou a Procuradoria Geral da República.
Glas foi condenado em primeira instância a seis anos de prisão por receber subornos de 13,5 milhões de dólares da construtora Odebrecht e perdeu as funções de vice-presidente em janeiro passado devido a sua ausência definitiva do cargo quando foi detido da etapa de investigação do caso. .
A ação de proteção foi impetrada contra a presidência da república, razão pela qual o Procurador-Geral Íñigo Salvador teve que agir, e o juiz a rejeitou porque considerou que o advogado dos demandantes "não havia demonstrado qualquer violação de direitos" pela Glas e porque se pretendia que "a validade de um processo criminal fosse analisada", acrescentou o procurador-geral.
Glas foi responsável pelos setores estratégicos do Equador durante o governo do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que vive na Bélgica e é chamado a julgamento por sua suposta participação no sequestro de um adversário na Colômbia em 2012, enfrentando uma ordem da prisão.