(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Turquia anuncia operação contra milícias curdas na Síria 'nos próximos dias'


postado em 12/12/2018 22:20

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira (12) que vai lançar uma operação militar contra as milícias curdas nos "próximos dias" na Síria, o que poderia prejudicar as relações entre Ancara e Washington, que apoia grupos curdos.

Seria a terceira operação militar realizada pelo Exército turco no norte da Síria, onde já interveio em 2016 e no início de 2018 para impedir o avanço para a fronteira dos grupos jihadistas do Estado Islâmico e os combatentes curdos das Unidades de Proteção Popular (YPG).

Essa milícia curda, considerada a espinha dorsal das Forças Democráticas da Síria (SDF), uma coalizão árabe curda com o apoio dos Estados Unidos, é considerada "terrorista" pela Turquia, que teme a criação de um Estado curdo em sua fronteira.

"Nossa operação para salvar o leste do Eufrates da organização terrorista separatista começará nos próximos dias", disse o chefe do Estado turco durante um discurso em que se referiu a áreas controladas por milícias curdas no norte da Síria.

A YPG alertou nesta quarta que uma ofensiva turca prejudicará a batalha que travam contra o grupo Estado Islâmico.

"As ameaças [turcas] coincidem com o avanço das nossas forças contra os terroristas, desta vez com a entrada na cidade de Hayin", declarou o porta-voz das YPG, Nuri Mahmud. "Indubitavelmente, qualquer ataque ao norte da Síria terá um impacto direto na batalha de Hayin. As forças que combatem regressarão para defender suas áreas e suas famílias".

"Instamos a comunidade internacional, com a liderança das Nações Unidas, assim como a coalizão internacional [antijihadistas] que se posicionem contra os projetos agressivos de Erdogan", alertou em comunicado o conselho executivo da administração semiautônoma.

Erdogan já havia declarado em 30 de outubro que a Turquia estava pronta para uma ofensiva desse tipo.

O presidente turco critica regularmente o apoio de Washington ao YPG, eixo das SDF, que os Estados Unidos apoiam na luta contra o Estado Islâmico (EI).

"Nosso objetivo não são os soldados americanos, mas os membros da organização terrorista ativa na região", disse Erdogan.

Ancara considera o YPG como o braço sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo confrontado com o exército turco desde 1984 e que é considerado um "terrorista" pela Turquia, mas também pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

- "Proteger os terroristas" -

Embora Erdogan não tenha dado detalhes do escopo da operação, Yussef Hammud, porta-voz do Al Jaish Al Watani, uma coalizão de rebeldes sírios relacionados à Turquia, explicou que "todas as regiões serão afetadas, de Manbij a Tal Abyad, sem exceção" nos dois lados do Eufrates.

"As facções de Jaish Al Watani vieram à tona há algum tempo", explicou Hammud, acrescentando que houve treinamentos supervisionados por autoridades turcas.

As declarações de Erdogan vêm no dia seguinte a Washington ter instalado postos de observação para evitar confrontos entre o exército turco e o YPG, apesar da oposição de Ancara.

Um porta-voz do Pentágono declarou nesta terça-feira que os postos de observação foram instalados "na região fronteiriça no nordeste da Síria para responder às preocupações da Turquia em matéria de segurança".

"É evidente que O objetivo dos radares e dos postos de observação instalados por Estados Unidos não é proteger nosso país dos terroristas, mas proteger os terroristas da Turquia", criticou Erdogan.

Ancara realizou ataques esporádicos contra o YPG no norte da Síria em outubro, forçando a milícia curda a interromper suas operações contra o EI por dez dias.

A situação na região de Manbij, no norte da Síria, é uma das principais razões para o desacordo entre os Estados Unidos e a Turquia, pois está sob o controle da YPG e conta com a presença de soldados dos EUA.

Washington e Ancara concordaram em maio com um roteiro em que previam a retirada das forças curdas da região e a criação de patrulhas formadas em conjunto por soldados americanos e turcos.

Mas Ancara insiste em repetir que a retirada ainda não ocorreu e ameaça com uma ofensiva militar em Manbij.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)