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Estado de Minas

Maduro vincula Brasil a supostos planos dos EUA para derrubá-lo


postado em 12/12/2018 18:31

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta quarta-feira (12) um suposto plano dos Estados Unidos para derrubá-lo e, inclusive, assassiná-lo, e que os governos de Brasil e Colômbia também participariam deste complô.

"Chegou a nós uma boa informação (...) John Bolton (assessor de segurança nacional americano), desesperado, designando missões para provocações militares na fronteira", disse Maduro, segundo quem instruções neste sentido foram transmitidas ao presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro.

No domingo, o presidente venezuelano já tinha denunciado a ativação por Washington de um plano para dar-lhe um golpe de Estado com o apoio da Colômbia, mas na ocasião ele não mencionou o Brasil.

Bolton e Bolsonaro se reuniram em 29 de novembro na residência do presidente eleito do Brasil, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, no primeiro encontro de alto nível entre o governo de Donald Trump e o futuro presidente brasileiro, da extrema direita.

"As forças militares do Brasil querem paz. Ninguém no Brasil quer que o futuro governo de Jair Bolsonaro se meta em uma aventura militar contra o povo da Venezuela", declarou Maduro durante coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros em Caracas.

O presidente chamou de "louco" o general da reserva Hamilton Mourão, futuro vice-presidente de Bolsonaro, que afirmou recentemente que o governo de Maduro "está chegando ao fim" e anunciou uma maior pressão diplomática para que haja na Venezuela "eleições normais".

Maduro vai assumir em 10 de janeiro um segundo mandato de seis anos, após ter sido reeleito em um pleito boicotado pela oposição e desconhecido pelos Estados Unidos - que o tacham de "ditador" -, a União Europeia e uma dezena de países latino-americanos.

O presidente justifica suas denúncias no que denomina de "ameaças" de Trump, que insinuou a possibilidade de uma intervenção militar no país com as maiores reservas de petróleo do mundo, hoje devastado pela pior crise econômica de sua história moderna.

- "Que não se enganem" -

Maduro assegurou que o complô é comandado por Bolton e inclui o treinamento de tropas regulares nos Estados Unidos para tomar três bases militares, e de 734 "mercenários" na Colômbia para gerar, assim como na fronteira com o Brasil, incidentes armados e inclusive matá-lo.

O objetivo é "simular ataques como (se fossem) soldados venezuelanos a unidades militares na fronteira e justificar uma escalada", acrescentou, explicando que sua denúncia se baseava em "fontes internacionais cruzadas".

Maduro, que denuncia continuamente complôs para derrubá-lo, pediu atenção para que não haja equívocos, supondo que "não tem quem defenda" a Venezuela, pois do seu lado - disse - estão "o povo e a Força Armada".

Na segunda-feira passada, a Rússia enviou para a Venezuela dois bombardeios e outras aeronaves para exercícios de Defesa, rechaçados por Estados Unidos e Colômbia.

Nesta quarta, o presidente colombiano, Iván Duque, que lidera a pressão regional contra Maduro, disse que o continente deve estar alerta a estas movimentações "inamistosas".

"Que não se enganem porque vamos dar-lhes uma lição", advertiu o herdeiro do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).

- Diálogo com Trump -

Apesar desta retórica, Maduro convidou novamente Trump a dialogar e abandonar a "política fracassada" de Barack Obama sobre a Venezuela.

"Estou à disposição onde quiser, quando quiser e como quiser", declarou o presidente, em alusão a Trump, que na última Assembleia Geral da ONU mostrou-se aberto a um encontro que nunca se concretizou.

O presidente venezuelano estendeu seu convite ao diálogo à oposição, pedindo que não se deixe levar por sua ala "extremista", à qual acusa de apoiar os planos de intervenção militar.

No entanto, admitiu que os sinais emitidos na Casa Branca não são animadores, pois, segundo disse, aumentou de 40 a 120 milhões de dólares o montante de "remessas secretas para subornar autoridades venezuelanas e usá-las em um distúrbio militar" contra seu governo.


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