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Estado de Minas

Jornalistas da Reuters completam um ano na prisão em Mianmar


postado em 12/12/2018 13:35

Ativistas de direitos humanos e jornalistas fizeram uma manifestação em Yangun pelo aniversário de um ano da prisão de dois jornalistas da agência de notícias Reuters que investigavam a crise da minoria rohingya e que foram eleitos "personalidades do ano" pela revista Time.

"O jornalismo não é um crime", gritaram dezenas de manifestantes reunidos no centro da capital econômica birmanesa sob uma nuvem de balões pretos, exigindo a libertação dos repórteres.

Muitos dos manifestantes carregaram cartazes reproduzindo a capa da revista Time, que presta uma homenagem aos dois jornalistas birmaneses, entre outros perseguidos em todo o mundo durante este ano, junto com uma emocionante imagem de suas esposas.

Além disso, mensagens de solidariedade chegaram das redações de todo mundo, homenageando os dois jornalistas condenados a sete anos de prisão depois de conduzirem uma investigação sobre o massacre de muçulmanos rohingya pelo Exército birmanês.

"O fato de que são mantidos na prisão por um crime que não cometeram levanta sérias dúvidas sobre o compromisso de Mianmar com a democracia", declarou Stephen J. Adler, editor-chefe da Reuters, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28, foram condenados no início de setembro, em primeira instância, com base em uma lei sobre segredos de Estado.

Eles estavam investigando a morte, em 2017, de dez rohingyas durante a repressão do Exército birmanês contra essa comunidade muçulmana. O episódio foi descrito como genocídio pela ONU.

Eles estão presos desde que foram detidos, em dezembro de 2017. Sua condenação foi amplamente divulgada no mundo todo e tem sido considerada resultado de uma farsa de julgamento. O objetivo seria impedir que jornalistas trabalhem em matérias que denunciam a violência dos militares contra os rohingyas.

Um tribunal em Yangun deve examinar a apelação dos réus a partir de 24 de dezembro.

Na véspera, os dois, assim como o jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado em 2 de outubro no consulado do seu país em Istambul, e outros profissionais da imprensa foram eleitos personalidade do ano pela revista americana Time.

Além destes, a publicação homenageou a jornalista filipina Maria Ressa e sua cobertura da violenta guerra contra as drogas promovida pelo governo de seu país, e a equipe de redação do pequeno jornal Capital Gazette, que sofreu com a morte de cinco de seus profissionais em um ataque em junho passado, em Annapolis, Maryland.

É a primeira vez que jornalistas são eleitos personalidades do ano pela revista, que concede este título desde 1927.

Além disso, nunca uma pessoa falecida havia sido nomeada principal personalidade do ano.

A revista Time decidiu publicar quatro capas diferentes de sua revista esta semana para destacar cada jornalista, ou grupo de jornalistas, escolhidos.


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