Jornal Estado de Minas

Cúpula dos países do Golfo em Riad começa marcada por crises

As seis petromonarquias árabes do Golfo realizam sua cúpula anual neste domingo (9), em Riad, em um contexto marcado por uma multiplicação de crises, como o divórcio diplomático com o Catar, a guerra no Iêmen, ou o caso do jornalista dissidente Jamal Khashoggi.

O emir do Catar, xeque Tamin Ben Hamad al-Thani, não confirmou sua presença nesta edição do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), apesar de ter sido oficialmente convidado.

O Catar está representado pelo número dois de sua diplomacia, o ministro das Relações Exteriores, Sultan al-Merriji, informou um porta-voz oficial em Doha.

Este pequeno e riquíssimo Estado continua sendo marginalizado por seus poderosos vizinhos, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que o acusam de apoiar grupos islamistas radicais e de estreitar seus vínculos com o Irã.

Bahrein, outro membro do CCG, e Egito também participam do embargo ao Catar.

Apesar da ausência do emir catariano, o rei Salman, da Arábia Saudita, defendeu, em um breve discurso inaugural, a necessidade de "preservar a entidade que é" o CCG.

Ele acusou o Irã de "continuar se intrometendo nos países da região".

"Isso nos pressiona a preservar as garantias dos nossos países e a defender, em colaboração com nossos sócios, a segurança e a estabilidade no Golfo", acrescentou.

O rei saudita defendeu ainda a intervenção de seu país no Iêmen desde 2015 e disse desejar uma "solução política" para este território, assim como na Síria.

Já o emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmed al-Sabah, na tentativa de mediar o choque entre o Catar e seus vizinhos, pediu que se contenha a crise, a mais grave da história do CCG.

Nesse sentido, pediu que "se ponha fim às campanhas da imprensa que semearam a discórdia para preparar o terreno para uma reconciliação".

Em junho de 2017, Arábia Saudita, Emirados, Bahrein e Egito romperam seus laços diplomáticos, econômicos e sociais com o Catar. Recentemente, este último anunciou que abandonará em janeiro a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O CCG também conta com Omã e Kuwait como membros. Nenhum dos dois participa do embargo ao Catar.

Surgida em 1981 para enfrentar o regime iraniano dos aiatolás, essa aliança regional CCG teve sua pertinência questionada nos últimos anos.

Ao fim da sessão plenária, os participantes na cúpula devem continuar suas conversas a portas fechadas antes de divulgarem um comunicado final à noite.

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