O emissário da ONU Martin Griffiths volta ao Iêmen com a esperança de preparar as próximas negociações de paz na Suécia apesar de os pedidos de calma no fronte militar não terem impedido violentos combates em Hodeida, um porto estratégico e essencial para a chegada de ajuda humanitária.
Griffiths, estimulado por uma melhor disposição dos rebeldes e do governo a negociar, deve chegar na quarta-feira a Sanaa, informou seu escritório em Amã. A informação foi confirmada por fontes próximas aos rebeldes huthis, que controlam a capital.
O enviado da ONU pediu na segunda-feira às partes beligerantes que acreditem em um "clima propício" às vésperas das negociações de paz, após o fracasso de várias tentativas de pôr fim a uma guerra devastadora que se intensificou em março de 2015.
Mas depois de uma terça-feira tranquila em Hodeida, os enfrentamentos violentos foram retomados à noite nos bairros ao sul e ao leste da cidade portuária.
Na noite de segunda-feira, o fronte de Hodeida, porto do oeste do país, registrou uma escalada de violência.
- Trégua frágil -
A coalizão militar pró-governamental liderada pela Arábia Saudita lançou 12 ataques aéreos, acrescentaram as mesmas fontes.
A imprensa dos rebeldes informou que os confrontos duraram quatro horas e afirmaram que as forças pró-governamentais sofreram importantes baixas. Até o momento, contudo, não há nenhum balanço de vítimas.
Os confrontos de Hodeida, por onde passam 75% da ajuda humanitária do país, acontecem apesar das posições expressadas nesta segunda-feira pelas partes a favor de um diálogo de paz.
O governo do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiado pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, declarou que enviaria uma delegação a Estocolmo.
Mais cedo, o líder rebelde Mohamed Ali al Huti pediu a seus partidários que pusessem fim ao "fogo de mísseis e drones" e propôs "cessar todas as operações militares em todas as frentes".
Londres apresentou no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução em que pede uma trégua em Hodeida e um corredor para a chegada de ajuda humanitária.
Não se fixou nenhuma data para o voto do texto, apresentado após um relatório de Martin Griffiths que propôs negociações em Estocolmo, estas, segundo o emissário, começariam "em algumas semanas".