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Estado de Minas

Atentado suicida deixa 50 mortos em encontro religioso em Cabul


postado em 20/11/2018 17:26

Ao menos 50 pessoas morreram e 72 ficaram feridas nesta terça-feira em um ataque suicida com bomba durante uma reunião de altos líderes religiosos em Cabul, em um dos atentados mais letais na capital afegã nas últimas semanas.

O ataque ocorreu em um salão de festas durante a reunião de ulemás para comemorar o aniversário do profeta Maomé, e chega após várias semanas de uma onda de violência no país que deixou centenas de mortos.

"Ulemás de todas as partes do país e muitas outras pessoas participaram da cerimônia", informou à AFP o porta-voz do Ministério da Defesa, Najib Danish.

"O Alcorão estava sendo recitado quando a bomba explodiu", disse Mohammad Hanif, estudante de leitura religiosa, à AFP. "Foi um caos, muitos gritaram, levamos os feridos nas ambulâncias e muitos dos mortos são jovens", acrescentou, com as roupas cobertas de sangue.

As fotos nas redes sociais mostraram corpos caídos no chão, manchas de sangue e cadeiras viradas.

Até agora, o ataque não foi reivindicado, mas o grupo Estado Islâmico (EI), extremistas sunitas, geralmente são autores de ataques suicidas no Afeganistão.

O porta-voz do Talibã, Zabihulá Mujahid, escreveu em uma mensagem de WhatsApp que "condena veementemente este ataque ao comício de hierarquias religiosas e civis".

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, o saldo foi revisado e contabilizou 50 mortos e 72 feridos no final da tarde de terça-feira.

"Um homem-bomba detonou sua carga explosiva no local durante uma cerimônia", disse o porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid, confirmando o balanço.

A ONG italiana Emergency indicou no Twitter que uma dúzia de feridos foram internados em seu centro de assistência de Cabul, todos "gravemente feridos".

Um dos dirigentes do Uranus Wedding Palace, que também recebe eventos políticos e religiosos, disse à AFP que o agressor provocou a explosão no meio de um evento no qual havia cerca de 1.000 pessoas.

"Há muitas vítimas, contei 30", disse à AFP, pedindo anonimato.

- Eleições e violência -

Este é um dos atentados mais letais cometidos na capital afegã desde o mês de setembro, quando um duplo ataque com bomba deixou ao menos 26 mortos.

Em setembro outro ataque suicida contra afegãos que protestavam contra a nomeação de um chefe da polícia local na província de Nangarhar, leste, deixou ao menos 68 mortos e feriu 165 pessoas. Nenhum grupo reivindicou a explosão.

Em janeiro, uma ambulância repleta de explosivos foi detonada em uma rua movimentada no centro de Cabul, deixando ao menos 100 mortos, em sua maioria civis. O ataque foi reivindicado pelos talibãs.

As eleições legislativas do mês passado foram acompanhadas de uma onda de violência em todo o país. Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas em ataques vinculados às eleições.

Não é a primeira vez que as milícias atacam religiosos.

Em junho, um caminhão-bomba explodiu perto de uma reunião de clérigos em Cabul uma hora depois de que o grupo condenou esses tipos de ataques, considerando-os como pecados.

O ataque desta terça-feira ocorre em um momento em que os talibãs pressionam as forças de segurança afegãs, apesar dos esforços da comunidade internacional para iniciar um diálogo de paz.

O enviado especial dos Estados Unidos, Zalmay Khalilzad, disse no domingo em Cabul que espera que se chegue a um acordo de paz para pôr fim a 17 anos de guerra antes da eleição presidencial de abril.


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