(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ministro da Defesa de Israel se demite após cessar-fogo em Gaza "capitulação ao terrorismo"

Confrontos dos últimos dias é considerado um dos piores entre Israel e os palestinos, desde a guerra de 2014


postado em 14/11/2018 09:25 / atualizado em 14/11/2018 09:49

(foto: Wikkimedia Commons)
(foto: Wikkimedia Commons)

O ministro israelense da Defesa Avigdor Lieberman anunciou nesta quarta-feira sua demissão do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

 

A decisão torna-se pública um dia depois de um acordo concluído indiretamente com os grupos palestinos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.


O ministro ultranacionalista denunciou à imprensa o cessar-fogo como uma "capitulação ao terrorismo".


"O Estado compra tranquilidade a curto prazo ao custo de graves danos a longo prazo para a segurança nacional", disse.

 

O acordo de cessar-fogo

 

O movimento islamita Hamas e outros grupos palestinos anunciaram nesta terça-feira (13) um cessar-fogo com Israel, alcançado com o patrocínio do Egito, após um dos piores confrontos entre os dois lados desde a guerra de 2014.

(foto: SAID KHATIB / AFP)
(foto: SAID KHATIB / AFP)

"Os esforços do Egito permitiram alcançar um cessar-fogo entre a resistência e o inimigo sionista, e a resistência o respeitará enquanto o inimigo sionista o fizer", anunciaram os grupos em um comunicado conjunto.

Na Faixa de Gaza havia na noite desta terça-feira uma relativa calma, e as escolas, fechadas durante o dia, só devem abrir na quarta-feira.

Após o anúncio do cessar-fogo, milhares de palestinos participaram de manifestações em vários pontos do enclave para proclamar a "vitória sobre Israel".

No Egito, mediador histórico em Gaza, o Ministério das Relações Exteriores pediu a Israel, em um comunicado difundido depois do anúncio, "cessar imediatamente todas as formas de ações militares".

Situação muito precária


Segundo uma fonte diplomática, Israel e Hamas se comprometeram em seguir "as disposições do acordo de 2014" após a violenta guerra deste ano. A fonte, contudo, advertiu que a situação era "muito precária" e poderá eclodir "de novo".

Em menos de 24 horas, ao menos sete palestinos morreram em ataques israelenses, que responderam ao lançamento de centenas de foguetes de Gaza, que deixaram um morto e dezenas de feridos em território israelense.
(foto: SAID KHATIB / AFP)
(foto: SAID KHATIB / AFP)

Entre todas os episódios recentes de escalada da violência, esse é o que mais ameaça os esforços da ONU e do Egito para conseguir uma trégua durável entre Israel e Hamas.

Nessa terça-feira (13), embora prosseguisse o disparo de foguetes do território palestino para Israel, de onde continuavam os bombardeios contra posições militares na Faixa de Gaza, os intercâmbios eram menos intensos.

Durante a noite, dezenas de milhares de israelenses de Ascalon e outras localidades próximas ao enclave estiveram correndo sem parar até os refúgios alertados por sirenes.

Na Faixa de Gaza foram ouvidos durante toda a noite os ataques israelenses, que destruíram vários edifícios, inclusive a sede da televisão do Hamas e escritórios de um serviço de segurança.

O Exército israelense contabilizou 460 disparos de foguetes desde a tarde de segunda-feira. Como resposta, indicou ter atacado cerca de 160 posições militares do movimento islamita Hamas e de seu aliado, a Jihad Islâmica.

'Ataque grave'


Israel enfrenta, "sem dúvidas, os disparos de foguetes mais intensos desde o verão de 2014 (...) e o ataque mais grave por parte de organizações terroristas contras as populações civis israelenses", disse um porta-voz do Exército, o tenente-coronel Jonathan Conricus.

O Exército israelense enviou reforços de Infantaria e veículos blindados, e mobilizou novas baterias antimísseis, embora ainda não tenha apelado para os reservistas, como fez em 2014. Um jornalista da AFP viu tanques que se dirigiam para a Faixa de Gaza.

O Exército israelense e os grupos armados palestinos trocaram ameaças e o braço armado do Hamas, as Brigadas de Ezzeldin Al-Qassam, advertiram que ampliariam seu campo de ação em função da resposta de Israel.

A escalada começou no domingo com uma infiltração das forças especiais israelenses, uma operação que terminou com a morte de um tenente-coronel israelense e de sete palestinos, entre eles um comandante do braço armado do Hamas e vários membros das brigadas Al-Qassam.

Em represália, as brigadas Al-Qassam feriram gravemente um soldado em um ataque com um míssil, o que deflagrou a resposta israelense.

Dezenas de israelenses ficaram levemente feridos, sobretudo por estilhaços, segundo os serviços de emergência. A maioria dos foguetes disparados de Gaza caiu em zonas desabitadas, indicou o Exército, mas alguns atingiram edifícios.

Em Ascalon, faleceu um trabalhador palestino originário da Cisjordânia identificado como Mahmud Abu Asba, de 48 anos.

A Faixa de Gaza vive sob tensão desde março, e pelo menos 234 palestinos morreram desde então. Também faleceram dois soldados israelenses.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)