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Estado de Minas

Divisões sobre a Líbia marcam conferência promovida pela Itália


postado em 13/11/2018 18:57

A conferência internacional sobre a Líbia, realizada nesta terça-feira (13) na Sicília (sul da Itália) em meio às divisões persistentes entre os líbios e os países convidados a debater sobre o futuro deste país, mergulhado no caos desde 2011.

O boicote de parte de uma das figuras-chave para a estabilização da Líbia, o marechal Khalifa Haftar, que controla a maior parte do leste líbio, enfraqueceu desde o início este encontro internacional.

Em seguida, a retirada nesta terça-feira da Turquia, contrariada por ter sido excluída de uma reunião informal, significou outro golpe.

O marechal líbio, que luta contra o extremismo islâmico, não quer se sentar ao lado de alguns que ele considera como seus representantes, explicaram fontes de seu entorno.

O novo governo italiano, que está no poder há seis meses, encarou seu primeiro grande desafio diplomático com a melhor vontade política.

"Quero ser claro, nunca pretendemos proporcionar através desta conferência uma solução para a crise da Líbia", reconheceu nesta terça-feira durante a sessão plenária o chefe de governo italiano, Giuseppe Conte.

Haftar teve um tratamento especial, sendo recebido na noite de segunda-feira por Conte na suntuosa Vila Igiea, arredores de Palermo, e na terça-feira manteve reuniões com representantes de vários países interessados pelo futuro da Líbia, entre eles Egito, Rússia, Argélia, Tunísia e França.

O chefe de governo da União Nacional (GNA), reconhecido internacionalmente, Fayez al-Sarraj, também esteve presente nesta "reunião informal" convocada por Conte.

"Qualquer reunião que exclua a Turquia só pode ser contraproducente para a solução do problema", advertiu antes da partida do vice-presidente turco, Fuat Oktay, cujo país desempenha um papel-chave na crise da Líbia.

- 'Reféns da Líbia' -

A Turquia lamentou que alguns países, sem especificar quais, "continuem sendo reféns do processo político da Líbia em nome de seus próprios interesses".

Ancara também mantém relações conturbadas com o Egito, que apoia o marechal Haftar.

"Cada país tem o direito de ter suas próprias ambições sobre a Líbia, mas devemos admitir que para a realização destas ambições se requer primeiro que tudo a paz na Líbia, assim como a preservação de sua unidade e de sua integridade", reforçou o primeiro-ministro da Argélia, Ahmed Ouyahia, durante a reunião informal.

"O papel da comunidade internacional é o de apoiar um acordo na Líbia, sem tomar partido",afirmou, por sua vez, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, segundo seu porta-voz.

Tanto Conte como o enviado da ONU na Líbia, Ghassan Salamé, consideram que estas cúpulas são úteis, pois conseguiram reunir o marechal Hafyer e o primeiro-ministro El Serraj.

Salamé recebeu o apoio "unânime", segundo disse, de vários setores líbios para a realização de uma "conferência nacional" na primavera do ano que vem.

"As Nações Unidas devem continuar sendo a estrela polar do processo de estabilização da Líbia", reforçou Conte.

A rivalidade entre a França e a Itália sobre o tema da Líbia "hoje é obsoleta", explicou Salame ao jornal árabe Al Ahram.

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, presente em Palermo, optou de fato por um comportamento muito discreto e partiu da Sicília na terça-feira sem dar declarações.

A reunião na Sicília foi celebrada cinco meses depois da organizada em maio em Paris e pretendia desbloquear o clima político para acordar um processo eleitoral mais realista com relação ao pactuado na França com a celebração de eleições em 10 de dezembro.


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