A Rússia não vai participar do fórum econômico de Davos, celebrado em janeiro na Suíça, se os organizadores continuarem vetando a participação de vários magnatas do país - afirmou nesta terça-feira (13) o primeiro-ministro Dmitri Medvedev citado pelas agências russas de notícias.
"Se todas estas decisões que estão sendo tomadas em relação aos representantes empresariais russos não mudarem, teremos que tomar uma decisão sobre o cancelamento da participação no fórum de Davos de funcionários e companhias russas, nas quais o Estado tem uma participação", disse Medvedev.
Na semana passada, o jornal "Financial Times" revelou que o magnata do alumínio Oleg Deripaska, o presidente do banco público VTB, Andréi Kostin, e o proprietário da companhia de investimentos Renova, Viktor Vekselberg, foram vetados por Davos, sob pressão dos Estados Unidos.
Questionados pela AFP, os organizadores do fórum, que reúne anualmente a elite econômica e política mundial na estação de esqui suíça, não quiseram comentar a informação.
Medvedev explicou ter-se encontrado com o presidente da confederação suíça, Alain Berset, para tratar dessa questão.
"A decisão é no mínimo muito estranha (...) Acabo de falar do tema com o presidente da confederação e lhe disse que, para nós, é surpreendente, ainda mais porque se trata de uma organização não governamental", afirmou.
Na semana passada, o Kremlin já lamentou que Davos "renuncie a suas raízes" com seu veto.
"Deripaska, Kostin e Vekselberg não se tornaram o que são graças ao Fórum. Mas o Fórum de Davos é o que é graças a empresários como eles. Rejeitando pessoas assim, o Fórum renuncia a suas raízes", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Considerados próximos do presidente russo, Vladimir Putin, os três participaram diversas vezes do fórum e atualmente estão sancionados pelos Estados Unidos.
A próxima edição do fórum de Davos ocorre de 22 a 25 de janeiro de 2019.