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Estado de Minas

Após eleições, Trump estende a mão a democratas, mas com condições


postado em 07/11/2018 20:40

O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (7) que espera poder trabalhar com os democratas, que nas eleições de terça-feira obtiveram a maioria na Câmara de Representantes, mas colocou como condição que eles renunciem a suas intenções de investigar seu governo e suas finanças.

Assim como seus antecessores Barack Obama e George W. Bush em seu segundo mandato, Trump falhou na hora de romper a "maldição" das eleições de meio mandato, cedendo a maioria na Câmara de Representantes à oposição.

Trump, entretanto, celebrou os resultados e disse que esta terça-feira "foi um grande dia" para seu partido, que ampliou sua maioria no Senado.

"O Partido Republicano desafiou a história, expandindo nossa maioria no Senado e superando significativamente as expectativas na Câmara" de Representantes, afirmou Trump em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, marcada por novas tensões com jornalistas.

Enquanto não saem os resultados finais, as projeções do jornal New York Times indicam que os democratas tomam dos republicanos cerca de 30 de assentos dos 23 necessários para a maioria, somando um total de 229, frente aos 206 dos republicanos.

Com esses resultados, os democratas retomariam pela primeira vez em oito anos o controle da Câmara de Representantes, mudando o equilíbrio de poderes em Washington, onde Trump teve a maioria nas duas casas desde que chegou à presidência após a surpreendente vitória em 2016.

Para Trump, o controle pelos democratas de metade do Congresso fará com que as coisas sejam "mais simples".

Trump ofereceu um ramo de oliveira aos democratas e a Nancy Pelosi, que se projeta como líder provável da bancada.

"Espero que todos possamos trabalhar juntos no ano que vem para continuar obtendo resultados para o povo americano", disse Trump em uma entrevista coletiva na Casa Branca, na qual indicou que ambas as partes poderiam buscar soluções em questões como saúde, infraestruturas, comércio e crescimento econômico.

- 'Você deveria me deixar dirigir o país' -

O presidente advertiu que não hesitará em responder caso a oposição use o controle da Câmara para investigar membros de seu governo ou para questioná-lo por suas finanças pessoais.

"Eles podem jogar esse jogo", disse. "Mas a única coisa que vão conseguir é ir de um lado para o outro e voltar", advertiu. "Acho que sou melhor do que eles nesse jogo", acrescentou.

Trump afirmou também que não está "preocupado" com a investigação sobre um possível conluio de sua equipe de campanha com a Rússia.

"Eu poderia demitir todos agora mesmo. Mas não vou acabar, pois, politicamente, acabar com ela não me agrada. É uma desgraça. Nunca deveria ter começado porque não houve nenhum crime", afirmou.

No Senado, composto por 100 cadeiras, 35 estavam em disputa. Os resultados finais não foram anunciados, mas a mídia projeta que os republicanos manterão a maioria com um resultado de entre 51 e 53 assentos.

Na coletiva, Trump discutiu com o jornalista de CNN Jim Acosta e aproveitou para criticar a imprensa.

Quando Acosta perguntou ao presidente se ele havia "demonizado os migrantes" durante a campanha para as eleições, Trump respondeu: "Não, quero que entrem no país. Mas têm que entrar legalmente".

Acosta insistiu: "Estão a centenas de milhas de distância. Isso não é uma invasão", disse, usando a palavra com qual que Trump havia definido o fluxo de migrantes.

Trump reagiu de modo contundente. "Honestamente, acho que você deveria me deixar dirigir o país. Você dirige a CNN, e se fizesse isso bem, sua audiência seria mais alta".

O presidente reiterou seu mantra de campanha e disse que é preciso reforçar as leis migratórias.

"Precisamos ter leis migratórias fortes para que não venham. Queremos leis para que não venham", afirmou, argumentando que o eleitorado quer mais segurança.

- Novas vozes -

Na corrida para governadores, onde estavam em jogo 36 cargos, os democratas conquistaram sete dos republicanos, mas perderam na Flórida, estado que é um termômetro eleitoral para 2020, e onde o partido pensava ser suficientemente forte para desafiar os republicanos.

Apesar de não ter concretizado a ideia de vitória esmagadora que chegou a ser cogitada pelos democratas, o partido teve importantes conquistas e contribui para um Congresso com novas vozes.

A jovem Alexandria Ocasio-Cortez, de origem porto-riquenha e nascida no Bronx, Nova York, há 29 anos, fez história ao se tornar a mulher mais jovem a chegar ao Congresso.

Sharice Davids e Deb Haaland também se destacaram como as primeiras mulheres indígenas eleitas para ocupar um assento na Câmara dos Representantes.


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